quarta-feira, julho 22, 2009

Jorge Palma & Os Demitidos em Gavião

Chegados ao espaço em frente ao palco, a imagem não era a melhor…Não nos estávamos a imaginar a assistir ao concerto sentados…e ainda que fosse na primeira fila, onde ainda estivemos, estávamos relativamente longe do palco…22h (hora prevista para o início do concerto) e ainda estava tudo muito atrasado… O pessoal técnico ainda afinava os instrumentos e acertos de som e imagem… Por várias vezes chamámos e ouvimos chamar “Jorge” ou “Palma”.
Pelas 22:50, entra Jorge Palma (deixando-nos um pouco receosos com o seu equilíbrio), seguido da banda, começando muito bem com “Rosa Branca”. Por esta altura já os mais jovens estavam mesmo em frente ao palco, deixando as cadeirinhas para os mais velhos. Seguiu-se “Dormia Tão Sossegada”, “Voo Nocturno”. Alguém do público gritou “tell me stories, man”, ao que Jorge respondeu “I’ll tell you stories”. Para nosso espanto havia muita gente que conhecia as músicas de albúns mais antigos, acompanhando-nos a cantar. Antes de “Quarteto da Corda”, Jorge Palma anunciou: “Esta é dedicada a todos vocês, sobretudo aos meus colegas das Mouriscas! Tempos memoráveis!...É bom!”. Seguiu-se “Escuridão”, “Só” (onde desde logo o acordeonista Gabriel Gomes se mostrou bem animado, acompanhado de uma garrafa de água com vinho tinto e de um cigarro). E eis que alguém chega ao pé de nós a pedir que não tirássemos fotografias com flash! “Bairro do Amor” (“costumo tocar esta à guitarra mas hoje é ao piano!”, surpreendeu-nos o Jorge, fazendo-se acompanhar de Gabriel Gomes ao acordeão e de Vicente Palma à guitarra acústica). Improvisou um pouco…saciou a sede com cerveja… “Gaivota dos Alteirinhos”… antes de mais uns improvisos ao piano comentou: “Não temos pressa!...All nigth long!”. “Estrela do Mar” (ao piano), apesar de nos ter parecido perfeito, para o Mestre apenas esteve “quase lá”!....Seguidamente dedicou “Eternamente tu” a um colega que percebemos chamar-se João (qualquer coisa) … pelo meio da música entrou um pouco da música do 007. E lá continuava, sempre bastante comunicativo com o público. Mário Pereira deu uma ajuda com as partituras. Cantou um pouco em Espanhol. (Infelizmente não conseguimos perceber o quê). Seguiu-se “Disse Fêmea”, “Frágil” com um grande solo de Manuel Paulo no órgão. “Dá-me Lume”. Alguém do público disse “estão todos demitidos” e Jorge Palma concordou: “todos!”. Por várias vezes se ouviu “és grande!”, “és o maior”… provando o agrado do público. Jorge Palma apresenta a banda e conta uma estória alternativa do capuchinho vermelho, enquanto improvisa ao piano: «Era uma vez o capuchinho vermelho, que andava pela floresta…encontrou uma papoila. “O que é isto?” – pensou para ela própria. “É uma papoila! Vou comer a papoila!” e o lobo diz que não pode porque era para ele “- oh capuchinho, a papoila é minha”, “- não, não, agora é minha porque eu é que a apanhei”, “desculpa lá mas eu não bato em mulheres!...muito menos à capuchinho!....oh capuchinho, ofereces-me uma rosa?”, “- vou ver se a encontro!”, encontrou um trevo mas só tinha 5 folhas e o lobo queria um de 4…era para lhe dar sorte, dizia o lobo! “Eu tenho uma avozinha que tem uma casa ali…queres ir lá?”, “Why not? Bora lá capuchinho!” Bateu à porta da avozinha. “Se quiserem vão para o anexo porque aqui já estou ocupada; a casa está cheia!” Lá foi o capuchinho com o lobo…foram felizes durante uns tempos, não sei quanto…Depois chegaram os caçadores…” e foi a vez de “Deixa-me Rir” com bastante participação do público…no intervalo cantámos em tom de pedido, “Jeremias, o Fora da Lei”. Seguiu-se “Olá, cá estamos nós outra vez!”…e Jorge pediu ao público para não o desconcentrar. “Encosta-te a mim” ….. “Obrigado a todos por estarem aqui! … Podia estar a tocar bem pior!”. Pedimos “Portugal, Portugal”…Gabriel Gomes comentava com o Jorge “Como sabem?” (pelos vistos viria mesmo “Portugal, Portugal”) e eu ainda disse “são muitos anos”, e ele: “Pois, estou a ver!”. Depois, “Picado pela Abelhas”, “Finalmente Só”, “A Gente Vai Continuar”… tocou um pouco: “somewhere, over the raindow (…)” e brindou-nos com um extra que confessou não ter sido ensaiado mas ninguém diria: “Like a Rolling Stone”.


Artigo de Telma Pereira e Fotos de Ricardo Calhau

5 comentários:

Calhau disse...

Para mim acho que estava um ambiente muito bom...Gostei de reencontrar velhos amigos do Gavião...e que pelos vistos também são seguidores das músicas do Mestre...

Um bem haja a todos :)

Irei enviar-vos o vídeo desse "Like a Rolling Stone"...grande momento ;)

AR disse...

Só por ter tocado o "Bairro do Amor" (ao Piano), a "Eternamente Tu" e a "Escuridão" já foi um grande concert!

Calhau disse...

Vejam este link...(o som não tem muita qualidade em certas altura)

http://www.youtube.com/watch?v=0QAqxL2DoI4

Ana Vinagre disse...

Gostei bastante do concerto...
Após o que vi na queima (3 musiquinhas), tive este fantástico concerto para recordar o que é o Mestre...

:D

Ana Vinagre disse...

Ahhhh...
E fui eu quem pediu o Dá-me lume :D
Pedido aceite e sorriso parvo na minha cara :P