quinta-feira, julho 16, 2009

Jorge Palma nas Festas de Lisboa - Reportagem


Este espaço vai contar com a presença de vários elementos, desde texto a imagem, passando por vídeo ou som. A ideia é reunir vários conteúdos que possam descrever o concerto.
Participem, enviem para ladoerradodanoite@gmail.com o vosso contributo que aqui será colocado.


Amigos e companheiros:


Não se pode tentar explicar a intensidade da vida de um palmaníaco. Podem-se tentar esboçar alguns rascunhos, mas não há palavras para a saga que se desenrolou na noite passada. O encontro palmaníaco começou com alguns atrasos e avarias, pequenas coisas que em nada nos impediram de partir para uma das maiores aventuras das nossas vidas. Daquelas que ficam na memória para contar às futuras gerações.


Sentados nos melhores lugares e a desfrutar do esplendor de Belém, começámos por ver o Jorge Palma de guitarra eléctrica na mão, a tocar a "Portugal, Portugal" como se fosse um hino nacional. Acompanhado pelos melhores músicos, Palma deu seguramente um dos melhores espectáculos de sempre. Não só porque se juntaram os melhores do país para dar "Qualquer coisa pá música", porque o que eles deram foi mais do que isso.


Pairava em Belém uma energia que penso só poder ser equiparada ao clima festivo durante os campeonatos europeus de futebol. Os que passaram por aquele palco uniram-se para dar um verdadeiro espectáculo, uma festa que transmitiu boa onda e um espírito de optimismo, confiança e bom humor que nos deixaram em transe e que fizeram pular os portugueses mais sisudos. A arte da música, senhoras e senhores, no seu estado mais puro.


Vimos um Jorge Palma (surpreendentemente) bem comportado e com uma grande postura profissional. Organizar um evento deste calibre e representar o melhor do país é uma grande responsabilidade. O resultado foi o melhor. Os Palmaníacos também se portaram bem, e como bons fãs, fomos, depois do espectáculo, prestar um tributo ao Jorge à entrada do backstage, de guitarra e de copo na mão. Ficámos ali a improvisar até que os seguranças cederam e finalmente nos deixaram ir congratular os artistas da noite.


O que começou por ser uma visita aos bastidores transformou-se milagrosamente numa maratona de música, de rock&roll&blues, de alegria e companheirismo até ao sol nascer. Há horas de sono que valem a pena serem perdidas porque há momentos de sincronização que valem a pena. Também nós, Palmaníacos, demos "Qualquer coisa pá música".


Há coisas que são só nossas. Juntos somos imbatíveis. Em breve o alinhamento e a crítica ao espectáculo estarão alinhavados no BP de um modo mais descritivo e formal. Aqui ficam as minhas memórias. Guardem as fotografias e mandem os vídeos! Queremos tudo! Porque não "vemos sempre a preto e branco o programa que afinal é a cores".
___________________


"Qualquer coisa pá música" foi o mote que inspirou o encerramento das festas de Lisboa, que começaram há dois meses. O espectáculo que teve lugar em Belém para finalizar as comemorações não tem palavras para o descrever. Diria que foi "espectacular", se isso não implicasse cair em redundância.


A qualquer hora, Belém parece um postal daqueles que as "bifas" mandam aos namorados nas férias da Páscoa. Quando se monta um palco junto à torre de Belém, "não há hipótese", como se diz no nuarte (carago!). Temos que nos sentar no relvado a beber uma jola e a pensar que aquele recinto dá para algo em grande, como por exemplo: juntar o Jorge Palma, o Rui Reininho, o Sérgio Godinho, o JP Simões, a Mariza, o Fausto e o Adolfo Luxúria.


Se Portugalol (como diz um krido amigo) é um jardim à beira mar, volto a frisar que Belém é um SPA de verduras que percorrem mais de 5 Kms ao lado da marginal. Tudo isto engolindo o estupidamente colossal CCB e o mosteiro dos Jerónimos.


Mas, voltando à noite passada - nada se podia esperar a não ser uma simbiose perfeita entre excelentes músicos que já há muito tempo andam na estrada. Só ontem é que podíamos ver, num record de 2 horas, um Rui Reininho engravatado a cantar o "Frágil" tal como um groovie Bowie português; um pictórico Adolfo trovador a dar o estilo dos "Mão Morta" ao tema "À Espera do Fim"; a Mariza a transformar em épico o fado da "Canção de Lisboa"; o Gordinho a bancar o papel de avô cantigas e um JP Simões, cujo timbre nem tem comparação com o Jacques Brel, a trautear o "Bairro do Amor". Cada convidado, entre outros que se apresentaram (como a quase anónima mas arrepiante Cristina Branco), deu o seu cunho pessoal a uma interpretação única que tinha apenas por objectivo dar "Qualquer coisa pá música". Simples e porreiro, pá.


De borla, entrada mais do que livre, como gostam os portugueses. A escolástica do país 'teve toda lá para dar o exemplo aos mais pequenos. Em termos politicamente correctos, foi uma reciclagem e uma forma de maximizar os recursos, valorizando o PIB. Na capital, reuniram-se os melhores num plural majestático. Simply de Best.

Ana Rita Nascimento

AR

Alinhamento oficial

1 -Portugal, Portugal (Toca a Rufar e Gaiteiros de lisboa)

2 - Rosa Branca

3 - Voo Nocturno

4 - Olá (cá estamos nós outra vez)

5 - Frágil (Rui Reininho)

6 - Cara d'anjo Mau

7 - Deixa-me Rir

8 - Canção de Lisboa (Mariza)

9 - Bairro do Amor (JP Simões)

10 - Gaivota dos Alteirinhos

11 - Abrir o Sinal

12 - Estrela do Mar (Cristina Branco)

13 - Maçã de Junho

14 - Jeremias,o Fora da Lei (Sérgio Godinho)

15 - À Espera do Fim (Adolfo Luxúria Canibal)

16 - Só

17 - Quarteto da Corda

18 - Dá-me Lume (Fausto)

19 - Finalmente a Sós

20 - Encosta-te a Mim (Gaiteiros de Lisboa)

21 - Picado pelas Abelhas

22 - A gente Vai Continuar (TODOS)


Fotos: 1ª de Tiago Bártolo/3 seguintes de BP/ restantes de Ricardo Calhau




20 comentários:

Calhau disse...

Epá Lindo...
Ambos os Concertos lol
Assim que puder envio-vos fotos...

Adorámos conhecer-vos

Beijinhos e Abraços

Telma Pereira disse...

Pessoal Palmaníaco!!!
Grande noite! O concerto, a companhia...TUDO! Brutal! Primeiro no concerto acho que o Jorge, os Demitidos, e os convidados estiveram muito bem...grandes participações...só o Adolfo Luxúria Canibal me deixou mais reticente, mas também pode ser de não conhecer muito bem o género dele...De resto o convívio com o pessoal Palmaníaco foi um grande momento, sentiu-se o espírito! Depois o "bónus", super fantástico!!! FOI LINDO! Espero q tenhamos muitos mais momentos como o de ontem! Prometo tentar ser mais activa por aqui no blog/fórum.
Beijinhos a todos!
Ao pessoal que tem a mania que o Palma é "só um bêbedo" (que não são poucos), espero que tenham desmitificado isso com a prestação de ontem! O Palma é o que ele quizer...e é um grande Senhor, Mestre, Artista, Músico, Cantautor...enfim, pra mim, um GRANDE HOMEM!Obrigada aos Palmaníacos pela oportunidade! ;-)

Anónimo disse...

É mesmo isso.
Obrigada.
Sem vocês não seríamos capazes.
:)
MTOS BJUS!

Rui Franco disse...

Eh pá, que exagero! Foi um bom concerto mas nada do outro mundo. E quanto ao público, a maior parte era pessoal que estava ali por ser à borla. A toda a minha volta só duas raparigas me acompanhavam nas canções (e notava-se isso nas palmas que até chegaram a não existir numa música porque o pessoal não percebeu que ela tinha acabado).

Grande Jorge, nosso génio, etc. Até aí tudo bem. Mas já vi coisas muito melhores dele. E bastou um pai e filho com duas guitarras!

Foi um bom concerto mas não foi nenhuma experiência transcendental.

Já vi que são mesmo "palmaníacos" mas isso não é nenhuma mais valia para este vosso blog.

Até Setúbal, dia 28/07 ;)

aospapeis.blogspot.com

AR disse...

Epa se calhar o facto de ter ficado sentada na segunda fila influenciou a minha perspectiva do concerto...que não deixou de ser bom pelo conceito e pelos artistas que envolveu! Quem já viu muitos concertos de JP sabe dizer quais é que são os melhores...

Telma Pereira disse...

Pois, normalmente é assim, vai meia dúzia de gatos pingados que gostam mesmo do Palma e conhecem mais músicas para além do Encosta-te a Mim...que costuma até ser a menos feliz...O concerto foi uma boa oportunidade para desmistificar a ideia do Jorge Palma «o bêbedo». Obviamente que a maioria das pessoas foi por ser de borla, mas ainda assim penso que foi positivo porque puderam assistir a uma boa prestação (já nem digo "transcendental"). Eu tenho tido a sorte de nunca o ter visto num «dia não»...e já vi 8 concertos...desses 8, o mais fraquinho foi o do Coliseu de Lisboa. O mais importante é que as pessoas consigam ver além do alcool a que normalmente o associam...e possam ver que é um bom músico. Quando digo que gostei do concerto refiro-me ao Palma e à sua banda, obviamente, mas também às pretações dos outros artistas...foi um espetáculo interessante...Acho q é obvio que os palmaníacos são apaixonados pelo Jorge Palma, por tudo o que ele é e por todo o seu trabalho...e por aí talvez seja difícil ser imparcial...mas também nós palmaníacos conseguimos reconhecer uma má prestação...

Calhau disse...

Nada de acordo...achei que o concerto bastante bom, adorei a prestação dos metais, proporcionou-nos momentos que só tinha ouvido em CD...claro, que o facto de ser com convidados, o concerto foi não foi tanto à Palma, o tempo estava mais controlado, etc, não deu muito para ter aquele pequeno desalinhamento característico...
Também senti um bocado falta dos improvisos, dos bitaites e isso...
Mas no geral acho que foi MTO BOM...
Quanto ao público, não há nada a fazer, é mesmo assim :P

A sério, não queiras ver um mau concerto do Palma, não é nada agradável...

Tiago Branco disse...

Este concerto valeu fundamentalmente pelo abarcar dentro de um mesmo "chapéu" amigos musicais do Jorge, uma celebração, uma festa.
A selecção dos duetos e dos respectivos arranjos foi mais feliz nuns casos do que noutros. No meio disto, faltou sem dúvida um (breve que fosse) momento a solo ao piano.
Sem ter sido deslumbrante, foi um concerto marcante:)

AR disse...

Tb houve uns ligeiros momentos a solo e uns bitaites, eheeheh!
=)

Rafaela disse...

Foi um concerto em grande! Já tinha saudades de o ver tão bem e tão em forma. Se com convidados esteve bem, sem convidados esteve ainda melhor. O arranjo de PICADO PELAS ABELHAS estava genial, com um ritmo fenomenal. A participação do Adolfo Luxúria Canibal foi das mais criativas e inteligentes e assentou que nem uma luva em À ESPERA DO FIM. Grande momento! Descobri que, afinal, a ESTRELA DO MAR fala e tem a voz da Cristina Branco (e que linda que é). Já a Mariza protagonizou um momento muito fraco (não soube adequar a voz à CANÇÃO DE LISBOA e retirou-lhe a força toda). Seria muito interessante ter um fadista a participar nesta música (não só pela melodia, mas também, e sobretudo, pela temática da letra. Duas vozes que eu tenho a certeza que encaixariam na perfeição seriam a do Camané ou a da Aldina Duarte. E estes teriam conseguido elevar o tema à altura que ele merece e que o Jorge tão bem interpretou.

Tiago Branco disse...

Completamente de acordo com a observação sobre a Mariza...foi o que pensei no momento: não se adequou, fez o que sempre faz. A Aldina ou o Camané, encaixariam muito melhor.

Rui Franco disse...

Um "mau concerto" do Palma também pode tornar-se um bom. Estou a lembrar-me de um, no Casino Estoril (Du Arte Garden) que começou de forma arrepiante, com ele a esquecer-se das letras, a recomeçar uma música, a parar... e o pessoal a puxar por ele. A coisa resolveu-se pelo lado da raiva, com ele a martelar as teclas do piano enquanto cantava. E, surpreendentemente, tornou-se um bom espectáculo, arrancado a ferro.

O último na FNAC do Colombo também foi atribulado mas, como era mais simples, mais uma vez, ele e o filho fizeram uma grande dupla e a coisa lá "marchou". E consegui um autógrafo dele no meu CD do "Só" !!! :))

Calhau disse...

lolol

Pois...o jorge consegue às vezes dar a volta...É o JORGE PALMA :)

bem se foi bom ou mau é sempre relativo...eu gostei deste...mas também é dificil não gostar :P enfim.lol

Fiquem bem ;)

André Sebastião disse...

Eu estive nesse concerto e na reportagem disse +/- isso.
Podem ver aqui: http://bloguepalmaniaco.blogspot.com/2008/12/jorge-palma-na-fnac-do-colombo.html

Esse dia foi cá um dia... daqueles.

André disse...

eu não gostei do concerto.
O Jorge estava demasiado ébrio e continua a dar cabo do seu património musical.
É triste ter milhares de pessoas a rirem-se dos disparates em público daquele que é um dos maiores poetas. compositores e cantores do nosso universo musical...
Além disso, a falta de ensaio foi indisfarçável. o Godinho ou a Marisa deviam ter vergonha de se irem engasgar daquela maneira para o palco.
É pena

alex disse...

Parece que a maioria das pessoas aqui do blogue não viu o mesmo concerto que eu...
Jorge Palma "no seu melhor", "profissional" e "sóbrio"??? Onde?
Para mim o Jorge Palma é dos melhores músicos e compositores portugueses, até aí penso que a malta por aqui está toda de acordo. Quanto ao concerto de Belém basta ver o vídeo. Especialmente nas primeiras musicas parece que o Jorge está sem fôlego, mal consegue cantar. Alguns versos em vez de os cantar despeja apenas a letra rapidamente. Esperava melhor, especialmente porque sei daquilo que o Jorge é capaz...

Calhau disse...

"Já passou?...Então foi bom!"

Venham Mais

AR disse...

Nem foi assim tão mau para um concerto de entrada livre. Tendo em conta o conceito que envolveu e o pessoal que mobilizou, já vi piores concertos...e a pagar. Independentemente das interpretações o que conta é a intenção, que foi bem sucedida.

Rui Franco disse...

Quanto ao profissionalismo do Palma e aos ensaios, posso dizer que passei pelo recinto duas horas antes e ele estava a ensaiar a Estrela do Mar com a Cristina Branco (e saiu uma coisa linda). Não fosse a fome com que eu estava e tinha ficado logo ali. :)

Talvez os que falharam pudessem ter feito algum trabalho de casa. O Godinho podia ter aprendido a letra do Jeremias antes, não?

Mas o concerto foi bom e, pessoal, o Jorge Palma não deu barraca! Enganar-se numa nota ou esquecer-se de uma frase numa canção não é problema... E quanto a "despejar" as letras, isso até pode ser uma maneira "diferente" de interpretar as canções. Tudo depende do ambiente.

Confesso que, realmente, me irrita ver as pessoas a rirem-se dos deslizes do homem mas isso é bem pior em espaços mais pequenos. E acho sempre parvo quando começam a puxar por ele e pela cervejola. É estúpido: o homem é um doente, tem é de ser ajudado e não incentivado.

O Jorge Palma tem de ser compreendido como um boémio. Quem não o olhar assim, não o compreende.

Calhau disse...

Pois, mesmo antes de conhecer Jorge Palma, sempre tive um grande fascínio pela imagem do artista boémio, lembro-me por exemplo do Ary...são pessoas que têm os vício que quizerem, bebem, fumam, etc...mas têm a capacidade de tornar isso produtivo e criativo, o que é mto bom e a meu ver é bastante aceitável...Em concerto é mto triste ouvir esse tipo de expressões porque é desadequado...o homem não tá ali pra mostrar que sabe beber, é pra mostrar que sabe cantar...mas o "povo" quer é paródia...Acho que é um bocado (isto é só opinião) falta de capacidade pra interpretar a música e os poemas, e depois é uma tentaiva de sentirem superiores (digo eu, sei lá.lol.)...depois o Jorge tem um feitio que é nunca se pôr num pedestal, eu pelo menos sinto-o assim, parece que está sempre mto próximo do público e nos dias em que está mais, digamos, "vulnerável", é normal ser bombardeado por coisas desse género...enfim, o que é que se há-de fazer?!...é o que há.lol.

Se o Jorge precisa de ser ajudado? Não sei, só se ele quiser e achar que é mesmo preciso...senão basta ser compreendido pelo público em geral, como disseste!

São precisas umas lavagens cerebrais em Portugal a este e a outros níveis ;)


Bem, mas isto são coisas que todos nós já sabemos.lol