A primeira noite do Porto Sounds terminou com um arrebatador concerto de Jorge Palma, muito bem acompanhado pelos seus Demitidos habituais, aos quais se juntou Pedro Vidal, guitarrista dos Blind Zero, além da presença obrigatória do Vicente Palma. Fiquem atentos aos próximos concertos e ouçam com bastante atenção os duetos de Jorge e Vicente Palma nas canções " Abrir o Sinal" e " Gaivota dos Alteirinhos", onde nos aparece de forma surpreendente Vicente Palma ao piano e o Jorge na guitarra/voz....um momento grandeee da noite.....
Cá fica mais um alinhamento desalinhado desta noite:
O meu amor existe
Meu amor ( não fiques para aí a dormir)
Escuridão ( vai por mim)
Tempo dos Assassinos
Só
Norte (o meu)
Dormia Tão Sossegada
Voo Nocturno
Vermelho Redundante
Frágil
Centro Comercial Fechou
Estrela do Mar
Passos em Volta
Abrir o Sinal
Gaivota dos Alteirinhos
Maçã de Junho
Na Terra dos Sonhos
Jeremias, o Fora da Lei
Bairro do Amor
Encosta-te a Mim
Dá-me Lume
Disse Fêmea
Rosa Branca
Cara d'Anjo Mau
Portugal, Portugal
Deixa-me Rir
A gente vai continuar
"Jorge Palma e o concerto no Porto Sounds 2007
“Assim é que dá pica!”
Um extraordinário e longo concerto de Jorge Palma fechou da melhor maneira a primeira noite do Porto Sounds 2007, no Parque da Cidade, na estreia do formato de dois dias. Orangotang e Souls of Fire abriram as hostilidades do festival que terminou esta madrugada. ”É muito bom. Assim é que dá pica”. Instantes após terminar a actuação que protagonizou no primeiro dia do Porto Sounds 2007, Jorge Palma comentava assim o concerto em que, durante mais de duas horas, desfiou temas novos e antigos do seu longo, vasto e bastante rico repertório.
Num concerto pleno de intimidade com o público, que cedo se rendeu à beleza das criações do autor de «Voo Nocturno», álbum editado em Julho, Jorge Palma terminou com um aviso: “Enquanto houver estrada para andar/A gente vai continuar/Enquanto houver estrada para andar/Enquanto houver ventos e mar/A gente não vai parar” [«A Gente Vai Continuar»].
Mas esse aviso só pode deixar todos os que gostam das suas músicas satisfeitos, pois o trovador errante está cá para continuar.
“Enquanto houver estrada para andar?… Claro, é tão bom. E por acaso estamos bem servidos de estradas”, referiu de forma irónica.
Palma entrou em cena só, mas logo ao segundo tema ficou acompanhado por Os Demitidos, banda que o acompanha ao vivo e participa nas gravações dos discos.Relativamente a isso, de «Voo Nocturno» saiu o já famoso «Encosta-te a Mim», single de apresentação do novel álbum, mas também «O Centro Comercial Fechou», entre outros temas.
Mas uma carreira feita de grandes canções dá sempre um concerto de grande qualidade. Mais ainda com Palma a entregar-se de alma e coração ao espectáculo.“Vi sorrisos tão bons… Vi isto cheio de malta porreira e deu-me um gozo enorme este power de tocar com este pessoal”, disse ao JANEIRO no final das cerca de duas horas e um quarto de concerto.
«O Bairro do Amor», «Jeremias, O Fora da Lei», «Deixa-me Rir», «Cara D’Anjo Mau», «Dormia Tão Sossegada», «Estrela do Mar», «Frágil», «Na Terra dos Sonhos», ou «Portugal, Portugal» foram algumas das pérolas, entre muitas outras – duas horas e um quarto dá para muita (s) música (s) –, que Jorge Palma tirou, ora do piano, ora da guitarra, ora a solo, ora com Os Demitidos, ora em duo com o seu filho Vicente – através do qual é possível ouvir a (eventual) voz límpida do pai Jorge.
No final que dizer, excepcional! Como é possível tal empatia, entre músico e o público; entre o músico, o público e a música; enfim, entre todos os elementos físicos e metafísicos presentes no Parque da Cidade. Salvé, senhor Palma!
Antes, Orangotang e Souls of Fire aqueceram e animaram o público, formado por diferentes faixas etárias e tribos, que não se cansou de aplaudir os artistas. Depois, Dj Miguel Rendeiro disparou beats house em todas as direcções, num claro apelo à dança… mais frenética."