domingo, janeiro 27, 2008

Jorge Palma em Torres Vedras

O Concerto marcado para esta noite em Torres Vedras foi adiado, e o mesmo irá ser realizado no dia 9 de Fevereiro no mesmo local.
O Blogue Palmaniaco irá precisar depois as restantes alterações de agenda decorrentes desta alteração.

Aqui fica também uma pequena reportagem e o alinhamento do Concerto de dia 26 em Torres Vedras:

"O Jorge Palma apresentou-se neste concerto bastante bem disposto (e sóbrio), com a postura e à-vontade em palco que lhe é habitual, a tocar e cantar divinamente bem. Com uma set-list extremamente bem escolhida, cantou alguns dos seus grandes êxitos (
Deixa-me rir; A gente vai continuar; Frágil) misturados com alguns dos mais recentes temas (Encosta-te a mim; Vermelho redundante; Finalmente a sós).
Com ele apresentou-se em boa parte do concerto o Vicente Palma, mostrando também toda a sua sabedoria musical (continuando a revelar no entanto uma enorme discrepância de estilo e postura comparativamente com o pai).
Foi um concerto extremamente agradável, numa bela sala cheia, extremamente bem tocado e cantado.

Um último reparo ao público. Uma larga maioria demonstrou ser o novo público do Jorge, aquele que surgiu à custa da euforia em torno do tema Encosta-te a mim. Não vibraram com o início dos grandes temas (por desconhecimento dos mesmos), não trautearam com o mestre, criando assim, nalgumas alturas, um clima muito frio e de grande distância com o músico. Pior no início, foi melhorando para o fim, nunca chegando ao ponto a que estou habituado nos concertos de Palma. Alguns ainda ensaiaram uns piropos, sempre prontamente respondidos, mas muito pouco para o músico que é. Enfim, agora virou moda ver Palma..."


O Meu Amor Existe
Tempo dos Assassinos
Voo Nocturno

Cara De Anjo Mau
Disse Fêmea
Frágil
Dá-me Lume
Acordar Tarde
Valsa dum Homem Carente
O Cento Comercial Fechou
Estrela do Mar
Abrir o Sinal
Jeremias, o fora da Lei
Terra dos Sonhos
Maçã de Junho
Lobo Malvado
Dormia tão Sossegada
Encosta-te a Mim
Vermelho Redundante
_________________________encore_____________________

Canção de Lisboa
Finalmente a Sós
Deixa-me Rir
A Gente vai Continuar


Agradecemos desde já todas as informações e a reportagem que nos foram gentilmente cedidas por rui_242 e a foto cedida por Nuno Sebastião.

sábado, janeiro 26, 2008

Jorge Palma no Seixal

Foi ontem à noite num auditório esgotado que Jorge Palma deslumbrou todas as pessoas que lá estiveram para o ver.
Jorge Palma entrou confiante, deu boas noites ao Seixal e lançou-se para “O meu amor existe”. A partir daí e com um ritmo alucinante e forte o espectáculo seguiu. Não faltaram os múltiplos aplausos e as ovações de pé foram uma constante ao longo de todo o espectáculo. Palma bem os mereceu, tocou piano de forma exuberante "cada vez melhor" houve quem gritasse. Deu outro som e outro ritmo a clássicos tão bem conhecidos como “Canção de Lisboa” e "Deixa-me rir".
Foi um concerto fantástico, não posso ser imparcial perante tal momento.
Não faltaram os pedidos do público: “Maçã de Junho!” - “Trapézio”! – gritaram, entre tantos outros. Palma não pôde fugir muito do alinhamento, mas mesmo assim não resistiu a tocar “Lobo Malvado” este não previsto inicialmente, muito bem acompanhado pelo seu filho Vicente que proporcionou juntamente com o Pai momentos fantásticos tanto ao piano como à guitarra.

Foi um concerto marcado pela alta vigilância do pessoal responsável pelo auditório, que corria com lanternas para que as pessoas desligassem luzes de telemóveis, e espreitavam para o colo de outras para ver se os telemóveis tinham fotografias e as interpelavam com rudeza e falta de educação, algo inédito... Impediram o BloguePalmaniaco tanto de fotografar como de escrever o alinhamento do concerto. Isto porque a luz do telemóvel utilizado para escrever o nome de cada musica perturbava o decorrer do espectaculo.
Pergunto se perturba menos correr com uma lanterna na mão?
Eu estava na ultima fila, respeito e compreendo mas esperava mais tolerância e esperava ver o espectáculo com mais atenção.

Mesmo assim aqui fica o alinhamento cedido por Jorge Palma e Vicente:

O Meu Amor Existe
Tempo dos Assassinos
Voo Nocturno

Cara D’anjo Mau
Disse Fêmea
Frágil
Dá-me Lume
Acordar Tarde
Valsa dum Homem Carente
O Centro Comercial Fechou
Estrela do Mar
Abrir o Sinal
Jeremias, o fora da Lei
Terra dos Sonhos
Maçã de Junho
Lobo Malvado
Dormia tão Sossegada
Encosta-te a Mim
Vermelho Redundante
___________________encore______________________________

Canção de Lisboa
Finalmente Sós
Deixa-me Rir
A Gente vai Continuar

Aqui ficam algumas imagens:
Primeiras 3 fotos de Andreia Pinto

Pedimos desculpa pela má qualidade das imagens, mas, mediante as condições foi o melhor que pôde ser feito.
O BloguePalmaniaco espera receber ainda mais fotografias. Fiquem atentos!

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Concerto duplo em Torres Vedras

Após a passagem na próxima 6ª feira pelo Seixal, o Voo Nocturno aterra sábado em Torres Vedras. Dada a grande procura de bilhetes, haverá um concerto extra no domingo pelas 22horas no Teatro-Cine de Torres Vedras.
O preço do bilhete para assistir ao concerto é de 10€ e este pode ser adquirido no Posto de Turismo de Torres Vedras ou no Teatro-Cine, no dia do espectáculo.


Teatro-Cine de Torres Vedras – Av. Tenente Valadim, n.º 19.
Telefone n.: 261 338 131; teatro.cine@cm-tvedras.pt
De segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00, ou uma hora antes do espectáculo.

Posto de Turismo de Torres Vedras – Rua 9 de Abril
Telefone n.: 261 310 483, postoturismo@cm-tvedras.pt
De segunda a sábado e feriados, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00.

Palma's Gang- Portugal, Portugal

Um verdadeiro tesouro, colocado na Internet por "Nicolau78".

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Te Já - 30 anos

Canções onde ainda há estrelas

"Estou a ouvir o disco Té Já, de 1977, o segundo da carreira de um Jorge Palma no ardor da juventude e em plena ebulição artística, política e pessoal.

O aniversário de 30 anos dessa sua segunda incursão no vinil é meio emblemático para mim, que só vim a conhecer a obra do Mestre em meados de 2006. E o meu primeiro sentimento, o mais forte e inconformado, foi não ter suas canções comigo há 30 anos! Faz-me falta, de certo modo, o tempo que vivi sem suas letras e músicas por absoluta ignorância da sua existência.

Em 1977 eu era uma universitária que estudava Comunicação, exacerbada e ardorosa defensora dos direitos políticos dos quais nós, brasileiros, tínhamos sido privados duas vezes em pouco tempo: primeiro em 1964, com o golpe militar que nos destituiu do Estado de direito, e depois em 1968, quando os ventos de liberdade foram definitivamente sufocados com o Ato Institucional nº 5, que instaurou entre nós os longos anos de chumbo. Passei, portanto, por todas as fases dessa sofrida derrota da cidadania brasileira, com idades entre 8 e 21 anos. O processo estender-se-ia até 1985, quando finalmente o povo conseguiu eleger um Presidente pelo voto: Tancredo Neves, que infelizmente não conseguiu tomar posse porque faleceu antes disso, vítima de uma traiçoeira diverticulite.

Lembro-me agora disto porque “Té Já” é um disco que ferve com as questões políticas da sua época, lado a lado com os altos e baixos do coração. No Brasil, Chico Buarque lançava no mesmo período canções como “Vai passar” e “Pelas tabelas”, que davam bem o tom do momento brasileiro. O mesmo Chico que acompanhara com alegria o processo de redemocratização de Portugal, e dedicara à Revolução dos Cravos, poucos anos antes, a antológica “Tanto mar”.

Em “Podem falar”, “Eu sei lá”, “Eles já estão fartos” e “A bem da civilização”, Jorge Palma retrata as desilusões da sua geração, entre o sonho da liberdade mal realizado e a angústia do que viria a seguir. Traça um painel pungente do abandono em que se encontravam as pessoas, da desintegração das famílias de fachada, da embriaguez da ambição desmedida e da vontade de reencontrar uma causa pela qual lutar.

Nas duas versões de “Ainda há estrelas no teu olhar”, observa-se um fenômeno recorrente na obra do cantautor: plantar a esperança, a fé no ser humano, a garra para seguir em frente. Há quem discorde, afinal há momentos ácidos e aparentemente descrentes em sua trajetória, mas a tendência mais forte que vejo é mesmo a esperança, o acreditar.

O amigo das plumas coloridas” é o toque jazzístico que muito bem traduz o virtuosismo e as experimentações de Jorge Palma ao piano, ele que trocou a chance de estar nas salas eruditas pela liberdade de improvisar e fazer a alma variar à vontade pelas notas, pelos sons que ouvia dentro da alma.

E depois – ou antes, ou durante, conforme a ordem em que se ouve ou a prioridade do espírito – vem o amor. O amor com todas as suas faces contundentes, como só Jorge Palma sabe mostrar. Amores sofridos, falidos, malfadados, felizes e bem resolvidos, amor de amigo, de irmão saudoso, amor por um certo bairro da capital... enfim, maneiras de conjugar o verbo amar em música, letra e paixão, sem nunca deixar de ser pessoal, parte envolvida, corpo e sangue de tudo o que canta e diz.

Em “Meio-dia”, Jorge Palma fala do tempo parado e dos desencontros. Nessa canção que sintetiza o disco, escolhida por ele para conter a expressão-título “Té Já”, fala sutilmente da saudade dos irmãos de sangue, que partiram pequenos para o Brasil, do sentido de família e da certeza do reencontro (de novo a esperança!).

É em “Té Já” que “Bairro do Amor”, um dos mais belos hinos que a sua obra já produziu, aparece pela primeira vez em cena com seu ritmo dolente, sua delicadeza poética e musical. A ode ao Bairro Alto sonha com um ideal de felicidade que Jorge adivinha entre as pessoas que circulam naquela noite democrática e partilhada, num espaço sem tempo onde todos se dão naturalmente, sem premeditar o futuro, e são solidários com a dor e a alegria dos outros. Nada mais comovente, simples e sincero do que o célebre refrão:

“Eh pá, deixa-me abrir contigo/desabafar contigo/falar-te da minha solidão...

Ah, é bom sorrir um pouco/descontrair um pouco/eu sei que tu compreendes bem!...”

Em “Há sempre alguém”, Jorge Palma sintetiza o desencontro-com-esperança, o resgate das coisas boas ao final das chuvas e trovoadas comuns aos relacionamentos amorosos. “Obrigação”, a bem-humorada crítica aos casamentos “perfeitos”, e “Meu amor (agora não fiques para aí a dormir)” aparecem em seqüência no alinhamento do disco. Estavam mesmo fadadas a ser tocadas juntas! Também esta dobradinha é um contraponto entre derrota e esperança, a doçura com que Jorge Palma sempre reveste os rompimentos amorosos, as separações, com base no que ficou de bom.

Finalmente, em “Quando a gente lá chegar”, a esperança se traveste num encontro alegre, forte, profundo e nem por isso fadado a durar para sempre. É a sua forma de celebrar a liberdade de amarmos como crianças, sem peso, culpa ou medida.

Musicalmente, “Té Já” é um disco esfuziante, com vozes variadas, profusão de ritmos e uma bem equilibrada alternância entre doçura e arrebatamento. Um disco que eu gostava de ter ouvido quando foi feito, pois os temas que Jorge Palma aí evoca teriam uma ressonância bem maior. O meu olhar é retrospectivo, mas mesmo assim posso sentir em toda a trilha aquela necessidade absoluta de levantar bandeiras, de envolver-se e marcar sua posição no mundo."



“Té Já” mostra que em 1977 já tínhamos um Jorge Palma com as linhas mestras do trabalho definidas, estruturado no formal e no essencial, e com imensa paixão e criatividade a transpirar de tudo. Nesses 30 anos que só pude ver em retrospecto, o artista teve enorme crescimento, mas a velha chama já estava lá, no “Té Já”, a brilhar forte no escuro, como as estrelas que Jorge Palma ainda guarda no olhar, em plena apoteose do seu talento extraordinário."



Artigo de Maurette Brandt


segunda-feira, janeiro 14, 2008

Jorge Palma - Agenda de concertos 2008 (actualização)

Teatro Micaelense, Ponta Delgada - 16 de Fevereiro (com Vicente Palma)

Odemira - 25 de Abril (com Os Demitidos)

Fórum Cultural, Alcochete - 26 de Abril (com Vicente Palma)

Ovibeja, Beja - 30 de Abril (com Os Demitidos)

Estremoz - 3 de Maio (com Os Demitidos)

S. Braz de Alportel - 16 de Maio (com Os Demitidos)

Angra do Heroísmo - 21 de Junho (com Os Demitidos)

Ilha das Flores - 22 de Junho (com Os Demitidos)

Benavente - 3 de Agosto (com Os Demitidos)

Mogadouro - 29 de Agosto (com Os Demitidos)

Feira de S. Mateus, Viseu - 6 de Setembro (com Os Demitidos)

Régua - 9 de Setembro (com Os Demitidos)



O concerto previsto para 23 de Fevereiro, no Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra, não se irá realizar, mantendo-se válidas todas as outras datas anteriormente anunciadas.

domingo, janeiro 13, 2008

Casino da Figueira da Foz









Um concerto fabuloso... em que senti uma "pontinha" de orgulho por fazer estrada (também) atrás do Mestre!
Obrigado Mestre! "Enquanto houver estrada para andar, a gente vai continuar"

Nanda

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Jorge Palma no Jornal de Notícias

A revista Viva +, desta sexta feira tem como capa Jorge Palma. No interior pode-se ler uma entrevista em que o músico aborda o seu percurso e lança os seus objectivos para 2008.

Jorge Palma junta-se ao movimento UPA

O movimento UPA pretende combater a discriminação dos doentes mentais. E os Artistas portugueses vão gravar 10 duetos alusivos ao tema.
Xutos & Pontapés, JP Simões, GNR, The Gift, Da Weasel, Mariza, Clã e Jorge Palma são alguns dos artistas que aceitaram participar no Movimento UPA.
A partir de Janeiro, e ao ritmo de uma música por mês, serão dadas a conhecer várias canções gravadas em dueto pelos músicos.

Jorge Palma fará dupla com os Clã.

O projecto, em cuja concepção participou Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, terá direcção artística e produção de Nuno Rafael (Humanos, Sérgio Godinho).
Cada um dos temas a gravar tem por inspiração duas palavras (e realidades) antagónicas. As músicas estarão disponíveis no site da Encontrar-se - Associação de Apoio às Pessoas com Perturbação Mental Grave.

Aqui fica o alinhamento previsto:

Janeiro - Xutos & Pontapés + Oioai (discriminar/integrar)
Fevereiro - Rodrigo Leão + JP Simões (negar/assumir)
Março - Camané + Dead Combo (separação/união)
Abril - GNR + The Gift (medo/compreensão)
Maio - Sérgio Godinho + artista por confirmar (culpa/tolerância)
Junho - José Mário Branco + Mão Morta (vergonha/aceitação)
Julho - Da Weasel + artista a confirmar (dependência/autonomia)
Agosto - Paulo Gonzo + Balla (ofender/respeitar)
Setembro - Mariza + Boss AC (desespero/esperança)
Outubro - Jorge Palma + Clã (solidão/fraternidade)

in
Blitz

quinta-feira, janeiro 10, 2008

'Té Já- 30 anos

Ainda Há Estrelas No Teu Olhar (II)

Possas tu sempre ser
Um Homem Novo, sem preconceitos
Possas saber amar
Ver no espelho os teus próprios defeitos

Possas tu ter os ombros fortes
Para aguentar o peso da liberdade
E o coração de leão
Para não teres medo de encarar a verdade

Deixa-as viver, meu irmão...
Fá-las brilhar, meu irmão...
Ainda há estrelas no teu olhar


O
Blogue Palmaniaco encerra assim o ciclo de Letras do Álbum 'Té Já, sem poder deixar de referir que este álbum contempla um tema instrumental, " O amigo das plumas coloridas".


segunda-feira, janeiro 07, 2008

'Té Já- 30 anos

Há Sempre Alguém

A chuva varre as janelas do teu apartamento
A minha bagagem repousa ao abrigo do vento
E eu nem preciso de olhar para ti
Para saber o que esperas de mim
Tu queres-me fazer cumprir
Coisas que eu não prometi

Tu também sentes na pele o sopro da mudança
Mas ficas sentada na sala à espera da esperança
Aprendemos juntos a enfrentar o frio
Embarcámos juntos no mesmo avião
E agora tu queres parar...
Dormir na margem do rio

Mas, basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente
Para me apetecer saltar
Ir nadar ao lado dele
Derretendo com o olhar
Todos os muros de gelo
E não consigo descansar
Enquanto não alcanço uma nova nascente

Dizes que não suportas ver-te sozinha ao relento
Mas tudo o que fazes é soltar o teu longo lamento
E eu vou para o meio da multidão
Não levo a virtude nem a salvação
Mas levo o meu calor
E uma guitarra na mão

E basta-me saber que há sempre alguém a lutar contra a corrente
Para me apetecer saltar
Ir nadar ao lado dele
Derretendo com o olhar
Todos os muros de gelo
E não consigo descansar
Enquanto não alcanço uma nova nascente

E quando te voltar a apetecer seguir em frente
Se me quiseres acompanhar
Canta uma canção de amor
Pinta os olhos cor de mar...
Põe no teu peito uma flor
Traz um amigo qualquer e vamos juntos abraçar o sol nascente

domingo, janeiro 06, 2008

'Té Já- 30 anos

Meio-Dia

Meio-dia...
Tudo continua igual nesta cidade
Onde tentam fazer de mim, o que eu não quero ser, não, não
E onde há sempre alguém que diz "agora é que vai ser...",
E o relógio diz meio-dia...
Como vai ser bom voltar às montanhas donde vim
Poder nascer de novo em plena liberdade
Onde há sempre alguém que diz "anda cantar..."

Cada dia mais distante
O meu irmão partiu
Cada dia mais ausente
A minha irmã ficou

Eu sei que um dia acabamos por nos reencontrar
Nalguma esquina sem luz, onde se queimem ilusões
Eu sei que um dia acabamos por nos cruzar
E dizer de novo... adeus

Cada dia mais distante
O meu irmão partiu
Cada dia mais ausente
A minha irmã ficou

Eu sei que um dia acabamos por nos reencontrar
Nalguma esquina sem luz, onde se queimem ilusões
Eu sei que um dia acabamos por nos cruzar
E dizer de novo ......'TÉ JÁ!...

quinta-feira, janeiro 03, 2008

'Té Já- 30 anos

A Bem da Nossa Civilização

Quando há pouco te ouvi conversar
Foi um prisioneiro em quem o carcereiro pode confiar
Quem eu ouvi falar

Mas os pontapés que vais evitando
Não se perdem, não, e é o teu irmão quem os vai apanhar
Desculpa estar-te a lembrar...

As coisas podem nunca parecer o que elas são
E é por isso que tu vais engolindo toda a droga que eles te dão
E se um dia fazes ondas de mais, tiram-te a ração...
A bem da nossa civilização!

Quando alguém tenta convencer-te
Que o dever é agir conforme o que ele decidir, ele não te está a ajudar
Ele só te está a usar...

A confusão aumenta em teu redor
E não te deixa abrir, não te deixa sentir que só tu podes saber
O que tens a fazer

As coisas podem nunca parecer o que elas são
E é por isso que tu vais engolindo toda a droga que eles te dão
E se um dia fazes ondas de mais, tiram-te a ração...
A bem da nossa civilização!

As coisas podem nunca parecer o que elas são
E é por isso que tu vais engolindo toda a droga que eles te dão
E se um dia fazes ondas de mais, tiram-te a ração...
A bem da nossa civilização!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

'Té Já- 30 anos

O Bairro do Amor

No bairro do amor a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar para mais alguém.
O bairro do amor foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu por não ter ninguém.

No bairro do amor o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar de mão em mão
No bairro do amor há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?


Eh pá , deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão.
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair um pouco
Eu sei que tu compreendes bem.

No bairro do amor a vida corre sempre igual
De café em café, de bar em bar.
No bairro do amor o Sol parece maior
E há ondas de ternura em cada olhar.

O bairro do amor é uma zona marginal
Onde não há hotéis, nem hospitais.
No bairro do amor cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras sentimentais.

Eh pá , deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão.
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair um pouco
Eu sei que tu compreendes bem.

Bairro do Amor: Entre o Guincho e a Parede, antes do primeiro, depois da segunda. Estás a compreender?"
Jorge Palma (no livrete do álbum Palma's Gang - Ao Vivo no Johnny Guitar)

terça-feira, janeiro 01, 2008

'Té Já- 30 anos

Quando A Gente Lá Chegar

Trocaram o primeiro olhar numa manhã de Verão,
Quando a cidade se agitava em plena confusão.
Ela sorriu, ele sorriu e tudo foi tão natural
Que eles não perderam mais tempo e arrancaram em direcção ao Sol.

Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.
Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.

Treparam por degraus de espuma e mergulharam na luz.
Gotas de orvalho vieram brincar sobre os dois corpos nus.
O tempo parou, a guerra acabou e o Mundo era um grande jardim
Onde se ouvia uma estranha sinfonia sem princípio nem fim.

Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.
Ah! Quando a gente lá chegar
A coisa vai ter outra dimensão.

A pouco e pouco a terra voltou de novo a girar
E o tic-tac do relógio não tardou a soar.
Ela sorriu, ele sorriu e tudo foi tão natural
Que eles nem disseram adeus quando a noite chegou para os separar.