domingo, dezembro 30, 2007

Jorge Palma recebe o Duplo Platinado "Voo Nocturno" Video

Como o Blogue Palmaniaco tinha reportado, Jorge Palma recebeu no dia 22 de Dezembro em directo no programa Herman Circo o disco de dupla platina. Ficam aqui as imagens desse momento.



Imagens gentilmente cedidas por: http://hermanjose.blogs.sapo.pt/

sábado, dezembro 29, 2007

'Té Já- 30 anos

Meu Amor (agora não fiques para aí a dormir)
Meu amor,
Parece que agora vou seguir sem ti
Subir e descer,
Correr na lama e voar outra vez...

Sei muito bem onde quero chegar
E sei que não há tempo a perder
Que a tua voz me possa encorajar!


Meu amor,
Agora não fiques para ai a dormir...
Um fato de marinheiro
Não chega para se entender o mar.

Espero que aprendas bem a remar
E espero que a luz do teu farol
Te possa sempre iluminar!

sexta-feira, dezembro 28, 2007

'Té Já - 30 anos

Obrigação

Sim, meu amor, está bem meu amor
Eu sei que tu tens razão
Dizia-te eu, às vezes, para acabar com a discussão...
E lá íamos vivendo
Entre dois copos e um bom colchão
Um futuro à nossa frente
E muito amor para mostrar a toda a gente.
Como era bem vivermos a dois
Sem nos darmos mal
(Uma canção estrangeira e um filme antigo no telejornal),
E uma noite tu disseste:
Já dei p'ra ti, meu... vou arrancar!
E lá fiquei eu, sozinho
A conversar com os meus botões
E a tentar descobrir a causa
Que nos levou a tal situação...
Já achei uma ideia que é bem capaz
De ser a solução:
Acho que nós passamos muito tempo
A misturar tripas com coração
E a verdade é bem diferente.

Para haver amor, não pode haver o-briga-ção.

quinta-feira, dezembro 27, 2007

'Té Já - 30 anos


Eles Já Estão Fartos


Dizes que é uma miséria veres os teus próprios filhos
Transformados em vadios e drogados
O teu orgulho de pai está ferido

Apressas-te a culpá-los, mais à sua geração
Por não quererem alinhar na engrenagem
Que eles viram esmagar o teu pobre coração

Eles já estão fartos de saber o que tu queres deles
Eles já estão fartos de saber quem quer vendê-los
Eles já estão fartos de ouvir dizer: tem que ser
E agora eles tentam viver doutra maneira qualquer

Faz-te imensa confusão vê-los andar pelas ruas
Com o olhar fixo em qualquer ponto do espaço
E umas maneiras tão diferentes das tuas

Faz-te imensa confusão vê-los tristes e cansados
Para ti, eles não passam de uns preguiçosos
Contagiados pelas más companhias

Eles já estão fartos de saber o que tu queres deles
Eles já estão fartos de saber quem quer vendê-los
Eles já estão fartos de ouvir dizer: tem que ser
E agora, eles tentam viver doutra maneira qualquer

Quem é que os levou a ser assim tão frios e indiferentes
Para com os pais que tanto se esforçaram
Para que eles pudessem vencer toda a gente?

Quem é que os levou a ser tão ingratos e egoístas
Para quem não olhou a sacrifícios
Para que os seus filhos dessem nas vistas?

Eles já estão fartos de saber o que tu queres deles
Eles já estão fartos de saber quem quer vendê-los
Eles já estão fartos de ouvir dizer: tem que ser
E agora eles tentam viver doutra maneira qualquer

Eles já estão fartos de saber que a Guerra existe
Eles já estão fartos de saber que a Fome existe
Eles já estão fartos de saber que a Família existe
Eles já estão fartos de saber que a Igreja existe
Eles já estão fartos de saber que o Estado existe
Eles já estão fartos de saber o que os deixam fazer
Eles já estão fartos de saber o que os deixam fazer
Eles já estão fartos de saber o que os deixam fazer

terça-feira, dezembro 25, 2007

'Té Já- 30 anos

Eu Sei Lá

Eu sei lá
Se tu te estás bem nas tintas para aquilo que eu vou dizer.
Eu sei lá
Se vais fazer duas fintas, embarcar no teu copo e esquecer ...

Mas mesmo assim vou-te contar
A história de um homem vulgar
Que se convenceu que um dia um dia havia de enriquecer
E o gajo andou de lugar em lugar,
Passou toda a vida a fuçar,
Para poder comprar um caixão de luxo e adormecer.

Eu sei lá
Se uma jogada financeira chega a fazer alguém enlouquecer.
Mas eu já sei
Que existem muitas maneiras de enganar os cegos que não querem ver.


Neste preciso momento,
Os magnates do cimento
Discutem sobre a morte de mais um pomar.
Num gabinete fechado,
Os donos de um outro mercado
Decidem onde e quando outra guerra vai começar...


O Blogue Palmaníaco aproveita para desejar a todos um Bom Natal

segunda-feira, dezembro 24, 2007

'Té Já- 30 anos

Podem Falar

A coisa assim não dá, disse-me um dia o meu pai
Tu vives em sociedade e tens que perceber
Que as regras são para se cumprir... não sei se tu estás a ver, pá...
Ah, ah! - disse eu - Estou a ver muito bem...
Mas já agora diz lá que culpa tenho eu
Que no teu jogo existam cartas que não fazem sentido no meu...

Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.

As principais capitais aprendi eu no liceu,
Vi retratos de reis em tronos de ouro e marfim,
Mas ninguém me ensinou a nadar no rio que nasce dentro de mim.
Um dia pus-me a lutar, com as minhas contradições
Estive quase a morrer, mas acabei por escapar.
Para quem ama a liberdade o importante é nunca parar

Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.

Já vi muita gente a tentar agradar
A todo o gajo que pensa que nasceu para mandar,
Mas tenho visto muita gente que está só, a morrer devagar,
E a distância que existe entre o não ser e o ser
É uma questão de não se ter medo de ir longe demais.
O que ainda não tem preço é sempre o que vale mais.

Podem falar, podem falar,
Que o meu lugar é andar e o meu passo é correr
De vez em quando a cantar, de vez em quando a sofrer.
Podem falar, podem falar,
Mas estão a perder tempo se pensam que um dia me hão-de amarrar.

domingo, dezembro 23, 2007

Jorge Palma recebe o Duplo Platinado "Voo Nocturno"

Foi ontem à noite em directo no programa "Herman Circo" que Jorge Palma recebeu das mãos do humorista Herman José o galardão de dupla platina pelo seu mais recente trabalho Voo Nocturno. Jorge Palma mostrou-se muito feliz abraçando o humorista e dizendo " Com este acertei na mouche!". Depois sentado ao piano, brindou o público com uma original interpretação de Encosta-te a mim. Original na maneira de cantar e de tocar, diferente do normal. Jorge Palma teve ainda espaço para inserir nesta interpretação alguns versos de "With or without you" dos U2.
A sua actuação valeu-lhe múltiplos aplausos por parte do público que mais uma vez se empolgou com este Encosta-te a mim.

'Té Já - 30 anos


Ainda Há Estrelas No Teu Olhar (I)

Sei que estás a sofrer
Que o teu homem foi-se embora outra vez
Partiu como um furacão
E tu só pensas no bem que ele te fez...

Tentas dormir
Mas o teu sono parece ter voado com ele
E a noite colou-se às tuas costas
Ai, disforme como um pesadelo.

Mas, ouve bem, meu amor:
Não é tarde para sorrires outra vez
Ainda há estrelas no teu olhar

E tu, conta lá como foi
Daquela vez que te deitaram abaixo
Não foi granada nem bala, não...
Foi só a perda de um pequeno tacho

Pobre de ti
Ficaste a refilar na bicha para um lugar ao sol (pois foi)
Continuas na sombra
E o teu corpo está cada vez mais mole.

Mas, ouve bem, meu irmão:
Não é tarde para sorrires outra vez
Ainda há estrelas no teu olhar

A ti, conheci-te num bar
Conversei contigo à beira do rio
O teu casaco era de pele
Mas nos teus olhos havia frio

Tu queres ser quem és
Mas o teu velho quer que sejas engenheiro
E tu sentes-te só
Como uma agulha num palheiro

Ouve lá bem, meu irmão:
Não é tarde para sorrires outra vez

Ainda há estrelas no teu olhar

sábado, dezembro 22, 2007

Jorge Palma na Blitz de Janeiro


Saiu hoje, antecipadamente, a BLITZ do mês de Janeiro. A propósito da re-edição do LP "Como uma viagem na palma da mão", Jorge Palma é o destaque da rúbrica "espelho retrovisor", sendo feita uma retrospectiva dos verdes anos do mestre entre 1965 e 1975. Trata-se de um relato que vai desde o exílio na Dinamarca, aos primeiros concertos em Portugal. É ainda de destacar que "Voo Nocturno", foi considerado pelos leitores da BLITZ o segundo melhor álbum português do ano de 2007, estando "Dreams In Colour" de David Fonseca em primeiro lugar.

sexta-feira, dezembro 21, 2007

'Té Já - 30 anos

LP Diapasão/ Sasseti DIAP 16009

1)Ainda Há Estrelas No Teu Olhar (I)
2)Podem Falar
3)Eu Sei Lá
4)Eles Já Estão Fartos
5)Obrigação
6)Meu Amor (Agora Não Fiques Para Aí a Dormir)
7)O Amigo das Plumas Coloridas
8)Quando A Gente Lá Chegar
9)O Bairro do Amor
10)A Bem da Nossa Civilização
11)Meio-Dia
12)Há Sempre Alguém
13)Ainda Há Estrelas No Teu Olhar (II)

Letras e músicas de Jorge Palma.

Músicos:

Jorge Palma (voz,piano,arranjos e direcção)
Júlio Pereira (guitarras)
Luís Duarte (guitarra baixo e contrabaixo)
Rão Kyao (saxofone e flauta)
Guilherme Inês (bateria)
Vítor Mamede (bateria)
Luís Pedro Fonseca (sintetizador moog)
Armindo Neves (guitarra)

Ficha técnica e Artística:

Gravação: Estúdios Valentim de Carvalho (Paço d'Arcos), a 20 de Junho de 1977
Técnico de som: Hugo Ribeiro
Capa: João Gentil e Henri Tabot
Grafismo: C. Augusto

'Té Já foi reeditado em CD no ano de 1994 (17 anos após a sua edição).

in Terra dos Sonhos

'Té Já- 30 anos



Neste ano que marca a consagração pelo público em geral de Jorge Palma, o Blogue Palmaníaco lembra os 30 anos da edição do segundo álbum de originais de Jorge Palma, com o registo Té Já. Um álbum repleto de composições e letras intervencionistas e como não podia deixar de ser, pródigo em retratos de vidas.

Ao longo dos próximos dias partilharemos os poemas que compõem este registo, alguns dos quais se transformaram em marcos da carreira de Jorge Palma, e presença constante nos seus concertos até hoje.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Jorge Palma - Agenda de concertos para 2008

12 de Janeiro- Casino da Figueira da Foz (com Os Demitidos)

25 de Janeiro- Auditório Municipal do Seixal (com Vicente Palma)

26 de Janeiro 2008- Teatro-Cine Torres Vedras (com Vicente Palma)

1 de Fevereiro- Casino de Vilamoura (com Vicente Palma)

2 de Fevereiro- Casino de Vilamoura (com Vicente Palma)

4 de Fevereiro- Manteigas (com Os Demitidos)

8 de Fevereiro- Cine Teatro S. Pedro (com Vicente Palma)
Abrantes

14 de Fevereiro-Teatro José Lúcio da Silva (com Vicente Palma)
Leiria

23 de Fevereiro- Teatro Académico Gil Vicente (com Vicente Palma)
Coimbra

29 de Fevereiro- Centro Cultural de Belém (com quarteto de cordas)
Lisboa

15 de Março- Centro de Arte e Espectáculos (com Vicente Palma)
Portalegre

28 de Março- Centro Cultural de Paredes de Coura (com Vicente Palma)


12 de Abril- Cine-Teatro João Mota (com Vicente Palma)
Sesimbra

19 de Abril- Forum Luísa Tody (com Vicente Palma)
Setúbal

24 de Abril- Lagos (com Os Demitidos)

2 de Agosto- Vila de Rei (com Os Demitidos)

23 de Agosto- Trancoso (com Os Demitidos)

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Carta Branca a Jorge Palma

Como o Blogue Palmaníaco tinha anunciado a 17 de Julho, Jorge Palma sobe ao palco do CCB para apresentar o seu mais recente trabalho, Voo Nocturno.
Em resposta ao desafio que lhe foi proposto pelo CCB, o músico faz-se acompanhar por um quarteto de cordas. Em conjunto, irão reinventar uma colectânea de canções do músico e compositor, conferindo-lhe novos arranjos e criando novas sonoridades à sua própria música.
É Jorge Palma como nunca o ouviu, num concerto irrepetível !
in www.ccb.pt


O Blogue Palmaniaco informa também que embora ainda faltem cerca de dois meses e meio para o dia do concerto (29/2/2008), já não há muitos bilhetes disponíveis!

terça-feira, dezembro 11, 2007

Jorge Palma recebe o primeiro disco de Dupla Platina da sua carreira com Voo Nocturno

Voo Nocturno, o novo álbum de originais de Jorge Palma, atingiu o galardão de dupla platina. É a primeira vez que o artista vê um disco seu atingir tal marca.
Indiscutivelmente um dos maiores êxitos deste ano, “Voo Nocturno” encontra-se desde a sua data de edição (mais precisamente, há 22 semanas!!!) entre os discos mais vendidos, tendo ocupado o 1º lugar do top nacional de vendas durante 4 semanas consecutivas.
Destaque ainda para o single “Encosta-te a mim” um dos temas mais tocados nas rádios nos últimos meses.


Parabéns Palma!!!

(o Blogue Palmaníaco agradece à MS Management)

segunda-feira, dezembro 10, 2007

domingo, dezembro 09, 2007

"Boa Noite Alvim" com Jorge Palma

Jorge Palma e Merche Romero serão esta semana, convidados de Fernando Alvim, no seu programa semanal Boa Noite Alvim, na Sic Radical. Terça Feira ás 23horas.

O programa repete quarta-feira às 02.00h, quinta-feira às 05.00h e domingo às 23.00h.

sábado, dezembro 08, 2007

Concerto em Matosinhos



A brincar com as teclas do piano, tornou a noite em algo admirável...

A Estrada Continua, em bom caminho....



O meu amor existe
Meu amor não fiques para aí a dormir
No Tempo dos Assassinos
Voo Nocturno

Vermelho Redundante
Deixa-me Rir
Estrela do Mar
Frágil
Mifá
Abril o Sinal
Gaivota dos Alteirinhos
Encosta-te a mim
Bairro do Amor
Maçã de Junho
Fui um Lobo Malvado
Dormia tão Sossegada
Jeremias, o Fora da Lei
A gente vai continuar
Portugal, Portugal
Finalmente Sós
Dá-me Lume
Cara d'Anjo Mau

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Jorge Palma em Matosinhos

Amanhã, 7 de Dezembro pelas 22 horas no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, concerto integrado nas comemorações dos 20 anos do edifício da Câmara, projectado pelo arquitecto Alcino Soutinho. A entrada é livre, estando sujeita a presença à limitação de lugares disponíveis na sala.

terça-feira, dezembro 04, 2007

Canção de Lisboa: análise

ONDE ESTÁS TU, MAMÃ? (CANÇÃO DE LISBOA)




A Canção de Lisboa parece-nos um bom exemplo de uma canção típica do solitário Jorge Palma. Esta canção surge primeiro com a poesia, que só posteriormente foi musicada, tendo por base uma sequência de acordes extraída do Frère Jacques em modo menor, tal como ele foi citado pelo Mahler numa das suas sinfonias,aquando do seu uso como marcha fúnebre.







Jorge aqui lembrou-se dessa ocorrência, e talvez levado pelo espírito depressivo e pelo ambiente pesado do poema, achou adequado adoptá-lo.

O Poema compõe-se de 4 estrofes de oito versos que são cantadas duas a duas em Dó menor, entrecortadas por um pequeno refrão sempre bisado no modo maior.

Os serões habituais
E as conversas sempre iguais
Os horóscopos, os signos e ascendentes
Mais a vida da outra sussurrada entre dentes
Os convites nos olhos embriagados
E os encontros de novo adiados
Nos ouvidos cansados ecoa
A canção de Lisboa

O poema começa por nos falar da monotonia que se esconde por detrás das relações que nem sempre correm bem e como isso conduz à solidão.

Não está só a solidão
Há tristeza e compaixão
Quando o sono acalma os corpos agitados
Pela noite atirados contra colchões errados
Há o silêncio de quem não ri nem chora
Há divórcio entre o dentro e o fora
Há quem diga que nunca foi boa
A canção de Lisboa

Na segunda estrofe há um reforço da ideia de como a solidão se afirma, mesmo quando as pessoas procuram outras que nem sempre são o amor desejado, apenas um consolo para o corpo físico.

A urgência de agarrar
Qualquer coisa para mostrar
Que afinal nós também temos mão na vida
Mesmo que seja à custa de a vivermos fingida
Um estatuto para impressionar o mundo
Não precisa de ser mais profundo
Que o marasmo que nos atordoa
Ó canção de Lisboa

Na terceira estrofe já nos é mostrada uma outra perspectiva, de como nós também temos necessidade afinal, é de nos afirmarmos custe o que custar, nem que seja através de ilusões ou dissimulações.

As vielas de néon
E as guitarras já sem som
Vão mantendo viva a tradição da fome
Que a memória deturpa e o orgulho consome
Entre o orgasmo na gruta ainda fria
E o abandono da carne vazia
Cada um no seu canto entoa
A canção de Lisboa

A quarta estrofe é o culminar disto tudo com o retorno a uma solidão profunda, após um acto sexual consumado, sem qualquer significado.

Estas quatro estrofes aparecem sempre sob a égide dum pessimismo associado ao urbanismo Lisbonense, o que talvez traduza a visão que Jorge nesta altura tinha de Lisboa: uma cidade povoada de solitários que, fingiam a sua felicidade e a dissimulavam em relações fortuitas e fracassadas e, em sinais exteriores de riqueza. Jorge tenta denunciar talvez, a hipocrisia que se apoderou da urbe portuguesa. Neste contexto, é no fundo uma canção com um certo cariz de intervenção social e um alerta para todos nós.

Tudo isto se passa musicalmente sob um condão depressivo da tal pseudo marcha fúnebre e acordes pesados. A única excepção é a pequena transição para o refrão, onde aparece uma pequena escala de blues debaixo das palavras "canção de Lisboa":

Esta transição é importante, porque o refrão aparece sempre em modo maior e com um cariz musicalmente alegre, de folia. A letra não traduz exactamente isso, mas talvez uma certa ironia ou um joguete infantil.

Mamã, mamã
Onde estás tu, mamã?
Nós sem ti não sabemos, mamã
Libertar-nos do mal

A utilização de "mamã" ao invés de mãe denota logo, uma intenção clara. Jorge procura aqui mostrar como todos nós somos vulneráveis, que, afinal, andamos perdidos e que, no fundo, ao procurarmos as relações sem sentido, buscamos sim um apoio materno que talvez já não exista ou não seja possível atingir.

Jorge canta a nossa incapacidade e o nosso desespero por não conseguir fazer nada direito e nos sentirmos frustrados, com uma aura de optimismo estonteante o que só pode remeter para uma ironia e um gozo do destino ou, quanto muito, para uma alegoria de como éramos felizes em criança quando tínhamos a “mãezinha” do nosso lado para nos livrar das alhadas e, não nos metíamos em confusões.

Estas duas atmosferas contrastantes compõem assim a “Canção de Lisboa”, que fecha tal qual começou: com a série de acordes fúnebres e, a cadenciar no acorde de dó menor, dando a entender, que a depressão urbana, por muito que tentemos fugir dela está para durar e é um ciclo sem saída.
Análise de Tiago Videira

quarta-feira, novembro 28, 2007

Voo Nocturno lidera o top nacional de vendas pela 4ª semana consecutiva!

Jorge Palma dá voz a uma causa



Jorge Palma associou-se à Associação para o Planeamento da Família (APF) e vai ser a “voz” dos seus 40 anos de actividades e projectos no âmbito da Saúde Sexual e Reprodutiva.
O músico explica este apoio: "gostavam que eu desse voz à APF por ser um músico português com um público muito diversificado. Tal como a APF, trabalho com todas as gerações e para todos, sem discriminação. Este apoio junta o útil ao agradável: se através do que faço conseguir ajudar a promover a APF e o seu trabalho ao longo destes 40 anos, fico feliz”.

Nos concertos dos Coliseus a associação dispôs de um espaço onde deu a conhecer as suas actividades e projectos no campo do planeamento familiar, da educação sexual e da promoção dos direitos sexuais e reprodutivos em Portugal.

terça-feira, novembro 27, 2007

Com uma Viagem na Palma da Mão- Edição a 28 de Novembro



"Não se assustem - a capa é mesmo assim, ou antes, sempre foi assim. Mas a maior parte das pessoas conhece Com uma Viagem na Palma da Mão mais por "ouvir dizer" do que por realmente ter o disco. Nas investigações que fizemos para esta primeira edição em CD do primeiro álbum de Jorge Palma, descobrimos que o disco teve uma tiragem muito pequena: apenas 300 exemplares...

No depoimento incluído no disco, recolhido em 2003 por Jorge Mourinha, crítico de cinema do jornal Público e um dos coordenadores da colecção, Jorge Palma fala das condições em que o disco foi gravado e editado e explica que nem ele próprio tinha uma cópia... (Foi, aliás, a capa mais difícil de obter desta primeira leva de edições. Agradecemos publicamente a João Carlos Callixto e Heitor Vasconcellos.)

Com uma Viagem na Palma da Mão nunca foi reposto em LP depois dessa primeira tiragem, publicada em Setembro de 1975 (Decca SLPDB 1024), e esta é a primeira vez que chega ao formato digital. Ao todo, são 13 temas: "Deixem Voar Este Sonho", "Labirinto", "Monólogo de um Cidadão Frustrado", "Dizem que Não Sabiam Quem Era", "Enquanto o Sangue Se Torna Ouro", "Com uma Viagem na Palma da Mão", "Giselle", "Já Chega de Ilusões", "A Onda (para Mwandishi)", "Poema Flipão", "Outra Onda", "O Velho no Jardim" e "Fim".

Este foi o único registo de Jorge Palma para a Valentim de Carvalho e não existem em arquivo nenhumas "sobras" desta altura, pelo que esta reedição se limita a reproduzir o LP original, o único álbum do cantor-compositor que nunca havia tido edição em CD."


Excerto retirado do blogue Do Tempo do Vinil
(Agradecemos a colaboração do jornalista Jorge Mourinha)

segunda-feira, novembro 26, 2007

Jorge Palma na Rádio

Em 2004 , na Antena 1, no programa "1001 Escolhas":

Jorge Palma, numa longa conversa, fala a Madalena Balsa acerca do livro, da banda, do filme, da peça de teatro e da viagem da sua vida. Este link é uma reposição de outro colocado na altura, e que se encontrava inactivo.
Clicar aqui para download.


A 21 de Setembro de 2007, na R.F.M, no mesmo dia em que subiu ao palco do Centro Cultural Olga Cadaval, Jorge Palma foi acordar Portugal no "Café da Manhã":


Jorge Palma falou à R.F.M sobre o seu novo single, a sua guitarra roubada, protagonizando ainda momentos inéditos como uma imitação de Rui Reininho e uma versão modificada de Encosta-te a Mim. Demonstrou ainda, um brilhante domínio da língua italiana, entre outros hilariantes momentos.
Clicar aqui para download.

Imagem retirada de: http://www.rfm.pt/

André Sebastião
Luís Gravito

sábado, novembro 24, 2007

Coliseu do Porto (III)


Coliseu do Porto (II)







Coliseu do Porto (I)


"Jorge Palma leva Coliseu do Porto ao delírio

Obrigado por seres assim
Obrigado por existires, obrigado por seres assim, Jorge Palma. Este bem podia ser o grito de um Coliseu do Porto a abarrotar e que vibrou o tempo todo com o concerto protagonizado pelo autor de «Voo Nocturno». Ao fim de mais de duas horas de concerto, o público que lotou o Coliseu do Porto ovacionou de pé Jorge Palma, que protagonizou um grande concerto, em que apresentou o seu mais recente álbum, «Voo Nocturno», mas ofereceu ainda mais algumas pérolas do seu vasto repertório. Do disco editado este ano, apenas ficou de fora «A Velhice», que é coisa que parece não tocar Jorge Palma, que apesar da passagem do tempo mantém uma jovialidade e energia em palco impressionantes. Perante uma plateia entre os oito e os 80 anos – era grande a fatia de público cuja idade roçava a do artista (57 anos), ou a ultrapassava mesmo –, Jorge Palma foi igual a si próprio, ou seja, boémio, desembargado, (etilicamente) bem-disposto e tirando sempre um enorme gozo de todos os instantes em palco. As duas noites de concerto no Coliseu de Lisboa que antecederam a vinda à Invicta assassinaram, e de que maneira, a voz de Palma, mas mesmo assim o seu empenho foi notável. “Gostava de estar um bocadinho melhor da voz… mas a gente está a divertir-se na mesma”, referiu a determinada altura, tendo anteriormente atirado: “Já ia um tinto… Tinto é bom”. Após degustar o precioso líquido, o certo é que a voz ficou mais aconchegada e o concerto prosseguiu com a empatia palco/plateia a ser perfeita. Isto sem antes o público ter ficado algo desconfiado com a falta de voz de Palma. Porém, a qualidade das composições e a forma abnegada com que Jorge Palma e Os Demitidos se entregam à interpretação das canções tudo passa para segundo plano. Daí, que o público, apesar de tudo, ficasse rendido desde os primeiros acordes de «Rosa Branca», tema que abriu o concerto. Por entre as canções de «Voo Nocturno», Jorge Palma, que se dividiu entre a viola e o piano e que contou com diversos convidados – como o filho Vicente Palma, o acordeonista Gabriel Gomes, ou o guitarrista Flak – desfiou ainda alguns dos seus temas mais marcantes. «Frágil», Deixa-me rir», «Dá-me lume», «Bairro do amor», «Tempo dos Assassinos», «Dormia tão sossegada», «Só», «Escuridão (vai por mim)», «Disse fêmea», «Só mais uma história», «Portugal, Portugal», ou «Acordar tarde» (poema de Al Berto) foram alguns dos momentos que mais entusiasmaram o público. A anteceder o «encore» – «Canção de Lisboa» e «A gente vai continuar» – Jorge Palma foi convidado pela presidente da Associação de Planeamento da Família, Manuela Sampaio, para sócio honorário da instituição… É caso para dizer: “Siga a valsa"..."

sexta-feira, novembro 23, 2007

Jorge Palma no Coliseu do Porto

O Coliseu do Porto viveu hoje uma noite memorável, numa plena comunhão durante duas horas e meia entre Jorge Palma e os mais de três mil espectadores que lotaram a sala. Um concerto que poderia tornar-se numa celebração de um álbum, de um sucesso do presente, tornou-se verdadeiramente numa celebração de trinta e cinco anos de carreira, onde o público demonstrou ser conhecedor do seu percurso, cantanto em uníssono grande parte dos temas. Os Demitidos confirmaram que com o tempo a qualidade musical vai sendo mais aprimorada, e os convidados especiais foram claramente uma mais valia.
O Jorge, apesar da voz enrouquecida, soube colmatar essa pequena falha com uma total entrega e empenho, com alguns improvisos cheios de sobriedade e de dávida aos presentes. Os constantes diálogos com o público que por vezes nestes concertos de Coliseus não surgem de forma tão habitual foram-se desenrolando com a espontaneidade que todos lhe reconhecem.
Acima de tudo, Jorge Palma deu e recebeu do público uma grande noite, um sublime Voo Nocturno.

quarta-feira, novembro 21, 2007

Coliseu dos Recreios na Comunicação Social


(imagem cedida por Mário Ferreira)

Jorge Palma no Coliseu dos Recreios


Com uma grande plateia VIP, Palma merecia mais feedback do público! Principalmente quando se senta ao piano e mostra porque é que é um dos melhores músicos portugueses!

Primeiro impacto ainda antes do concerto: estranheza!

Estava eu a acabar de arrumar o carro e noto muito pessoal mais velho (com os seus 40 e 50 anos) com um estilo muito “tio” e “tia” e mesmo os mais novos com o seu polozito e tudo muito bem arranjado.Pensei eu com os meus botões: “Queres ver que me enganei no concerto??” . Andei mais uns passos e finalmente começo a encontrar o pessoal novo, com um ar mais maltrapilho (como eu, no fundo...).

A entrada no Coliseu confirmou mesmo esta primeira impressão: o público de Jorge Palma é tão heterogéneo quanto possível: temos os tios, as tias, os freaks, os nerds, os velhos, os novos, os homens e as mulheres.

Jorge Palma é hoje consensual. Sempre considerado pela crítica como um músico brilhante e autor das canções mais fantásticas da música portuguesa, a imagem de boémio nunca o largou e chegou a passar a certa altura a imagem de “cantor marginal”. Mas por volta de 2002, 2003 (na altura do Best of e do disco ao vivo “No tempo dos assassinos”), parece que toda a gente acordou para a vida! Inclusive as rádios (ou se calhar, principalmente as rádios!!). E foi justamente com a abertura de “RFM apresenta...” que se iniciou o concerto.Irónico, não??

Antes disso, um pequeno aparte para a lista VIP que eu tenha visto. Era “só” composta por: Ricardo Araújo Pereira, David Mourão Ferreira, João Afonso, Pedro Rolo Duarte, Olavo Bilac, Fernando Cunha, Zé Pedro e o grande mestre Sérgio Godinho (a quem todos, sem excepção, fizeram questão de ir cumprimentar)!! Estes foram apenas os que eu vi. Mas imagino que houvessem mais, muitos mais. O que também mostra a amizade que existe entre os músicos portugueses (bem evidente também no vídeo de “Encosta-te a mim”).

Com os seus Demitidos e apresentando o seu último disco, Jorge Palma “ataca” a audiência com “Rosa Branca”, sendo que a restante setlist foi a seguinte: “Voo Nocturno”, “Só”, “Vermelho Redundante”, “Quarteto da Corda”, “Norte (o meu)”, “Olá (Cá estamos nós outra vez)”, “Abrir o Sinal”, “Bairro do Amor”, “Encosta-te a mim”, “Frágil”, “Dá-me Lume”, “O Centro Comercial fechou”, “Valsa de um homem carente”, “Estrela do Mar”, “Gaivota dos Alteirinhos”, “Casa do Capitão”, “Finalmente a sós”, “Portugal, Portugal” e como encore “Canção de Lisboa” e “A Gente Vai Continuar”.

Momentos altos?

Desde o primeiro arrepio com “Só” ao aplauso profundo e sentido à melhor música do seu último álbum “Olá (Cá estamos nós outra vez)”. Se em álbum, esta música tem um crescendo fantástico, ao vivo é completamente avassalador. Se juntarmos a isto um jogo de luzes muito bem conseguido, temos claramente um dos melhores momentos da noite!

Além disso, houve o já habitual esquecimento da letra por parte de Jorge Palma (desta vez calhou em “Dá-me Lume”) aplaudido por todos! Para o final, em “Portugal, Portugal” juntaram-se 4 guitarras em palco, sendo que uma delas era a de Flak dos Rádio Macau!

Pontos fortes?

Palma ao piano! Não é que a banda não seja boa. Bem pelo contrário. Mas é com Palma sentado ao piano, com as luzes focadas nele que a sua música ganha toda uma aura fantástica! “Só”, “Bairro do Amor”, “Estrela do Mar”, “Canção de Lisboa” e “O Centro Comercial fechou” são disso exemplos gritantes!! Momentos arrepiantes!

Pontos fracos?

Pareceu-me existir alguma “vergonha” do público em acompanhar Jorge Palma. Palma foi comunicativo q.b, mas tirando umas “bocas” que o pessoal ia mandando e que Palma respondeu sempre à letra, o público esteve um pouco apagado. Jorge Palma merecia mais.Ah, e outro ponto fraco: não houve “Terra dos Sonhos”...Falha grave! Lol

Moral da história?Palma esteve bastante bem, a setlist foi muito bem escolhida e Palma conseguiu sempre imprimir um ritmo muito forte à actuação! As músicas do novo álbum também ajudam muito porque realmente estão muito bem conseguidas.

Se calhar, merecia um pouco mais de “público” que puxasse mais pelas músicas e que não fosse apenas o “aplauso da ordem” no final de cada uma delas. E se calhar, esse público também deveria ter ouvido um pouco de Jorge Palma antes de ir para o concerto.

Sei que Palma está na moda e que começa a ser “in” ir ver Jorge Palma. Mas já agora, façam o trabalho de casa e ouçam uns disquitos dele...


RobertNaja, hoje às 9:58 Editado por Blitz


( agradecimento a Ana Coelho)



Jorge Palma : Em voo rasante no Coliseu dos Recreios


Poeta, cantor, desalinhado. Autor e compositor e um mestre a criar canções. Um mestre da palavra escrita e cantada. Um cantor que ganhou asas e voou. Num voo nocturno.
A entrada em palco foi tranquila. De guitarra na mão apresentou-se ao público com «Rosa Branca». Um momento de rock para abrir o concerto esgotado, de ontem à noite, no Coliseu dos Recreios.
E assim começou uma espécie de voo rasante sobre o amor, confirmado logo na música seguinte: «Voo Nocturno». A faixa que deu o nome ao último álbum foi retirada do imaginário de Saint-Éxupery e fala-nos de um Jorge Palma que se «sente mais leve do que o ar». E que não resiste - «sem saber resistir (...) não sei onde vou acordar».
Jorge Palma é um poeta de voz rouca. Um homem de palavras escritas. Escritas para cantá-las. Mas um homem de poucas palavras em palco. Talvez porque jurou fidelidade à escrita, viajou de música em música à guitarra ou ao piano sem grandes comentários. Não é um show man. Pelo contrário. Aparenta simplicidade mas muita sensibilidade. E foi dando pistas: «Só por existir/Só por duvidar/Tenho duas almas em guerra/E sei que nenhuma vai ganhar» disse-nos no tema «Só».
«Vermelho redundante» e «Quarteto de Corda» foram os temas que antecederam o primeiro desabafo ao microfone «É tão bom!». Uma resposta de Jorge às palmas que traduziram desde cedo o agrado do público.
«Olá (cá estamos nós outra vez)» foi o primeiro momento intimista da noite. Sentado ao piano desafiou as notas para acompanhar «Entre o ócio e as esquinas/Ganhei o vício da estrada». Um tema melancólico com uma batida forte.
As palmas, essas, também foram fortes, mas mesmo assim não conseguiram abafar o grito de alguém da plateia «Ó Jorge!» O músico respondeu: «Mas não sei o teu nome...»
Mas o público sabia e acompanhou em coro «o Bairro do amor». Jorge pareceu contente, soltou um grito e agradeceu ao amigo Cristovão, à Inha e à Paula Freitas todo o apoio.
Também não esqueceu o público e aproveitou para finalmente o brindar com o tão desejado «Encosta-te a mim».
O passado foi ainda revisitado com os temas «Frágil» e «Dá-me lume» que antecederam o momento de passar à crítica social. «O Centro Comercial fechou» é uma balada tocada ao piano que vai contando uma história. Do passado e do presente porque «enquanto houver saúde/há que cuidar do aspecto, fazê-lo parecer natural/por mais que seja cruel, não há ninguém que ajude».
«Valsa de um homem carente» e «Estrela do mar» antecederam «Gaivota dos Alteirinhos». Um tema que nos fala da praia dos Alteirinhos, na Zambujeira do Mar, um paraíso do qual Jorge Palma é fã, foi acompanhado pelo som do acordeão de Gabriel Gomes.
E não faltou o pássaro que assim voltou ao cenário. Ao longo de todo o espectáculo o público pode observar o mesmo pássaro que surge na capa do CD a surgir e a desaparecer do cenário. Os mais criativos podem imaginá-lo a voar sobre o palco e a pairar, sempre que solicitado, por cima da cabeça de Jorge Palma. Uma imagem projectada que dá ao público mais atento a sensação de movimento. Como se de um voo se tratasse! Um voo nocturno
«Ai, Portugal, Portugal/De que é que tu estás à espera?» ganhou ritmo para a despedida de Jorge Palma e a banda «Os Demitidos». Vários focos de luzes a rodar na direcção da plateia anunciavam o fim do espectáculo. Porque depois de apresentar os músicos um a um, Jorge Palma abandonou o palco sem mais palavras.
Essas ficaram bem guardadas para serem cantadas no único encore da noite. Depois dos aplausos insistentes da plateia, Palma regressou e afirmou ir cantar apenas mais «duas para a estrada». A mesma a que a meio do concerto se referiu dizendo que «pode matar, mas dá muito gozo!»
«Canção de Lisboa» foi um tema dedicado aos lisboetas que disseram presente no Coliseu dos Recreios mas «A gente vai continuar» encerrou definitivamente o espectáculo. Talvez um aviso à navegação: «Enquanto houver estrada para andar, A gente vai continuar»


Reportagem de Irene Pinheiro, in http://www.musica.iol.pt/


Jorge Palma no Coliseu dos Recreios: Frágil



O que poderia ter sido uma noite de festa acabou transformada em semi-desilusão. As brilhantes canções de Jorge Palma acabaram atraiçoadas por algum desleixo, evitável.
Dizem as más-línguas que já não tem graça ver Jorge Palma em cima de um palco sem estar ébrio, incapaz de encontrar o microfone ou sequer de não acertar uma letra. Não terá sido que se passou nos Coliseus dos Recreios mas a noite de celebração de uma carreira acabou por se ficar pela intenção.
Com a voz afectada por uma faringite aguda e um espectáculo mal preparado, foi difícil disfarçar algumas das fragilidades que Jorge Palma apresentou ao longo do seu percurso. «Vamos ver o que esta dá», disse a determinado momento, mas a responsabilidade era demasiado grande para entregar aquele momento ao acaso.
O alinhamento incoerente e com demasiadas pausas entre as canções quase fez esquecer brilhantes passagens por «Frágil», «Só» e «Na Terra dos Sonhos». De resto, foi sozinho, sentado ao piano, que Jorge Palma, mais uma vez, se mostrou à vontade, ao contrário do tempo em que foi acompanhado pelos Demitidos.
Não se trata de uma questão de falta de qualidade da banda, bem pelo contrário, mas de interacção, para que desastres como «Dá-me Lume», sejam evitados. De resto, a duração reduzida do espectáculo (cerca de uma hora e meia) acabou por não ser contestada pelo público, o que não é um bom sinal.


Davide Pinheiro, in Diário Digital


(agradecimento a Maurette Brandt)


Palma em lume brando


Jorge Palma apresentou-se, anteontem, em palco perante um Coliseu dos Recreios lotado e durante cerca de hora e meia desfilou uma série de êxitos antigos, cruzados com as novidades do recente disco, "Voo nocturno".

Na plateia, o público raramente manifestou extâse, além, claro, dos habituais aplausos da praxe. Nesse sentido, o ambiente da sala foi sempre morno.

Habitualmente conotado com uma postura ébria, displicente e até irresponsável, dir-se-á que, desta vez, Jorge Palma até se portou bem. Mandou uma ou outra piada, respondeu a um ou outro comentário do público, mas não armou grandes fitas - e ainda bem.

Todavia, e como seria de esperar, foi notório que a assistência reagia melhor aos momentos em que Palma se entregava às canções mais despojadas de instrumentos.

O arranque, com "Rosa branca", por exemplo, afigurou-se demasiado rockeiro para uma sala em que toda a gente via o concerto sentada.

A sua banda - os Demitidos - é composta por bons músicos, sim, mas os arranjos nem sempre pareceram os mais adequados para aquele contexto. Salvou-se, todavia, a guitarra slide de Marco Nunes.

De resto, o espectáculo só ganhava encanto nos momentos em que Palma se sentava ao piano ou colocava a guitarra ao peito apenas acompanhado pelo seu filho, Vicente Palma, como em "Abrir o sinal" ou "Bairro do amor", por exemplo. Ainda assim, canções como "Encosta-te a mim", o último single, ou "Frágil", ambas com a banda, foram dos momentos mais aplaudidos da noite.

Jorge Palma abandonou o palco 90 minutos depois de lá ter entrado. Na assistência, não faltou quem achasse que soube a pouco. Ontem à noite, o cantor terá dado um segundo concerto na sala lisboeta.

Hoje, é a vez da Invicta. A partir das 22 horas, Jorge Palma apresenta-se no Coliseu do Porto. Todavia, já não há ingressos disponíveis, uma vez que a elevada procura fez com que a lotação esgotasse há já alguns dias. Resta tentar a sorte no mercado negro.

Entretanto, o cantor continua a ver "Voo nocturno" em primeiro lugar do top nacional dos discos mais vendidos, prosseguindo à frente de "Concerto em Lisboa", da fadista Mariza, e de "Lado a lado", de Mafalda Veiga e João Pedro Pais.


Cristiano Pereira, in Jornal de Notícias










Coliseu encheu para celebrar o " fenómeno" Jorge Palma





Concerto repete-se hoje em Lisboa e amanhã no Porto, sempre no Coliseu.


Foi ao som de Rosa Branca que Jorge Palma entrou em cena para uma noite que, à partida, parecia ganha tal o entusiasmo logo manifestado nos instantes que antecederam a subida ao palco. Palmas ao compasso, e muita electricidade, com a banda a mostrar, desde logo, que faz parte do corpo das novas canções do músico. A Voo Nocturno voltou para o segundo tema. À terceira música, Jorge Palma sentou-se ao piano e, aí, nasceu o primeiro grande momento desta noite de celebração. A plateia reconheceu as notas de Só e reagiu ainda mais calorosamente. Aplausos são muitos. E alguns cantam com Palma, mostrando saber as letras de cor. Já o esperávamos, mas era chegada a hora da constatação: o triunfo, mesmo com uma voz longe do seu melhor, confirmava-se.

Jorge Palma é um nome que há muito faz parte do imaginário social mas nunca como hoje a sua popularidade foi tão grande. Um Coliseu dos Recreios esgotado há uma semana recebeu em delírio um contador de histórias que tanto retrata Jeremias, O Fora da Lei como se imagina Na Terra dos Sonhos.

Em fase de recordar memórias da juventude, Palma faz-se rodear de uma banda (Os Demitidos) impecável na maneira como transporta as histórias para um som muito próximo dos anos 70, facção Neil Young. Mas Palma é também ele um roqueiro e põe toda a gente a cantar um Dá--Me Lume carregado de electricidade, mesmo que grande parte do público prefira ouvi-lo ao piano.

A noite pôde até servir para apresentar o disco mais bem sucedido da sua carreira (Voo Nocturno), curiosamente um dos menos "abençoados" pelos fãs de longa data. Mas está todo um percurso de 35 anos em causa, singular, diferente de alguns outros cantautores de referência como Sérgio Godinho ou José Mário Branco.

Bem-disposto como sempre, dirigindo-se ao público de forma amiúde e sempre com simpatia, a passagem pelo Coliseu dos Recreios serviu também para comemorar um feito inédito: o de ter chegado ao primeiro lugar do top nacional de álbuns, resultado de anos a fio na estrada e a gravar de forma mais ou menos regular. Ouviram-se todos os clássicos que foi capaz de assinar, cantados em coro até ao último camarote da mais bela sala lisboeta.

Ao contrário do que é habitual num espaço como o do Coliseu dos Recreios em noite de grande festa, a plateia mostrava filas de cadeiras bem arrumadas. Completamente preenchidas. A sala, de resto, compôs-se bem antes do início do concerto, o que não evitou que houvesse os habituais retardatários.

Foram muitas as figuras conhecidas que não deixaram de comparecer numa grande festa. Alguns amigos e companheiros de trabalho, muitos admiradores e os fãs que o acompanham por tudo quanto é sítio. A festa repete hoje, mas com câmaras atentas para futura edição em DVD.


Reportagem de Davide Pinheiro, in Diário de Notícias

Coliseu dos Recreios



(foto cedida por Joana Casal)



Este post destina-se aos comentários dos palmaníacos que pretendam partilhar connosco as suas impressões sobre esta série de 3 espectáculos..a discussão está aberta!


















Hoje no Coliseu dos Recreios





Imagens captadas e cedidas por Dexter

terça-feira, novembro 20, 2007

Jorge Palma ao Diário de Notícias


As memórias de Jorge Palma em forma de histórias e canções

Do jazz ao 'punk', o músico lembra referências , na televisão rodava The Biggest Bang, o mais recente DVD dos Rolling Stones, gravado ao vivo. Ao fundo da sala, dois pianos, uma guitarra e folhas soltas, entre poemas, músicas e contas por pagar. Forrando as paredes, livros, filmes e - sobretudo - música. Vinil religiosamente guardado e CD distribuídos entre estantes e gavetas. Antes da visita aos coliseus (Lisboa e Porto, entre hoje e quinta--feira), visitámos a morada de Jorge Palma. O trovador abriu as portas da sua discoteca, contou histórias feitas de canções e revelou segredos entre discos.
A colecção começou a ganhar forma aos oito anos. "A minha mãe comprava-me discos de Charles Aznavour, Elvis Presley, Neil Sedaka... Ainda os guardo, não sei bem onde." Nos anos de conservatório e de colégio interno, a clássica e o jazz tinham prioridade. Na altura, "era preciso aprender, conhecer as obras maiores". Mas os Rolling Stones e os Beatles acabariam por transformar horizontes. Início dos anos 60, Jorge Palma "muda-se" para o Liceu Camões e falta às aulas para ir à "tasca do careca, que tinha uma jukebox". O rock'n'roll deixa outras músicas para trás - "tudo o resto me parecia cinzento" - e concentra atenções. Hoje, Wagner e Beethoven "são heróis intemporais", com uma gaveta que lhes é inteiramente dedicada.
Em Portugal, os Sheiks eram "referência e amigos" com quem se trocavam discos. Led Zeppelin e Black Sabbath vinham de Londres ("era difícil encontrar certos discos em Lisboa", recorda Palma) e motivavam composições pessoais, mais tarde definitivamente marcadas pela banda sonora certa para literatura inspiradora. Com os escritos de Jack Kerouack e Frank O'Hara debaixo do braço, Jorge Palma encontrou Berlin, de Lou Reed, e a "felicidade negra" dos seus acordes.
Percebeu o "fascínio de David Bowie" e acelerou em direcção ao punk. Entre a desorganização descobre 12, de Patti Smith, e lembra David Byrne, com quem partilhou, em tempos, a mesa de um jantar. "Falei--lhe dos U2, a dado momento. Acho que ele não gostou muito da referência", lembra entre gargalhadas.
"Entre Paris e Amesterdão descobri a paixão de contar histórias", recorda um Jorge Palma ainda hoje rendido aos encantos de Bob Dylan, James Taylor, Neil Young, Van Morrison ou Leonard Cohen, "os mestres com quem aprendi a criar personagens e a revelar segredos". Lado a lado, surgem as referências portuguesas. José Mário Branco e Sérgio Godinho merecem momento de silêncio. "Se não fossem eles...", suspira um Palma que também rasga elogios ao percurso de Rui Veloso, Xutos & Pontapés e Clã. E que encontra em João Pedro Pais e Mafalda Veiga "promessas para o futuro".
Entre tantas e tão distintas referências, Jorge Palma é ainda capaz de, sem grande esforço, eleger um disco e uma canção que gostava de ter assinado. Com o disco de Chet Baker na mão, lança o primeiro verso de uma pequena homenagem: "My funny valentine..."
Artigo de Tiago Pereira, in Diário de Notícias

sexta-feira, novembro 16, 2007

O DVD aguardado- Coliseu dos Recreios

O concerto extra de 21 de Novembro, anunciado há dias será gravado em DVD para posterior edição, algo que há muito era esperado.
Bom concerto!

quarta-feira, novembro 14, 2007

Jorge Palma no Coliseu dos Recreios- data extra

O Coliseu dos Recreios vai receber Jorge Palma em concerto duplo dado que a data de 20 de Novembro já está esgotada, acrescentado-se assim o dia 21, antecedendo o concerto no Coliseu do Porto.

terça-feira, novembro 13, 2007

Jorge Palma no Multiusos de Guimarães



Como o Blogue Palmaníaco tinha anunciado a 3 de Outubro, Jorge Palma e Os Demitidos estarão no próximo dia 17, sábado, pelas 22 horas no Pavilhão Multiusos de Guimarães. Os bilhetes encontram-se à venda com o seguinte preçário: cadeiras vip- 20 euros; 1ª plateia- 15 euros; bancada- 12.50 euros.

As reservas podem ser feitas em http://www.tempolivre.pt/

segunda-feira, novembro 12, 2007

Com Uma Viagem Na Palma Da Mão reeditado em vinil

O primeiro álbum de originais de Jorge Palma, com data de 1975 e que conta com algumas das suas melhores composições como "Giselle" ou " Monólogo de um cidadão frustrado", vai ser reeditado em edição bastante limitada pela Rastilho no próximo mês de Dezembro.
Imperdível para coleccionadores!

domingo, novembro 11, 2007

Vicente Palma em tributo a Adriano Correia de Oliveira

Para recordar os 25 anos da morte do cantor de intervenção Adriano Correia de Oliveira, juntaram-se vários músicos entre os quais Tim, Nuno Prata, Ana Deus, Dead Combo, entre outros, destacando-se a primeira gravação a solo de Vicente Palma.
O disco tem como título " Adriano Aqui e Agora" e representa uma nova janela para quem não conhece as composições deste cantautor.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Jorge Palma ao Correio da Manhã

Correio da Manhã – Como encaras o disco de platina, por vendas superiores a 20 mil exemplares?
Jorge Palma- Nos dias que correm, é muito bom.
– És suficientemente ouvido na rádio?
– Neste momento, acho que a rádio está a melhorar muito quanto a passar música portuguesa. Estou a falar das rádios que, há uns tempos, só passavam praticamente música anglófona. Nem se ouvia espanhola, italiana, francesa, coisa nenhuma, senão anglófona. E, neste momento, para já, tiro o chapéu, porque estão a apoiar-me a mim, à Mafalda Veiga, ao João Pedro Pais, aos Clã e a muitos outros... Sei que a TSF está a passar muito mais música portuguesa. A Antena 3 e a Antena 1 sempre passaram. A Renascença e a RFM também.
– Tens boas reacções do público?
– Quando ando de táxi, dizem-me: ‘E pá, estou farto de o ouvir... E é muito bom!”
– E isso acontece agora?
– Sim. E acho que não foi por causa das cenas das percentagens que a rádio portuguesa vai por aí. Não pode ir nunca por imposição. Estou a lembrar-me do Mick Jagger, quando foi tocar à China... Era proibido dizer ‘bitch’ e foi a primeira palavra que o gajo disse.
– Dá-te gozo desobedecer?
– Gosto de desobedecer desde sempre, sobretudo a partir dos dez, 13 anos, em que já estava mais ou menos formado. Saí da redoma da minha mãe e fui para o Liceu Camões. E comecei a conhecer gajos em todo o lado.

domingo, outubro 28, 2007

Jorge Palma & Fernanda Abreu

A gala da Fundação Luso- Brasileira que se realizou no passado dia 2 no Casino do Estoril, que contou com vários duetos entre artistas nacionais e brasileiros, entre os quais Jorge Palma com Fernanda Abreu vai ser hoje transmitida pela RTP1 pelas 23.35.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Voo Nocturno, Disco de Platina!

(foto de Carlos Manuel Martins)
Na sequência das notícias anteriores, como era previsível Jorge Palma atingiu com o seu Voo Nocturno as 20mil cópias, o que cada vez se torna mais raro no meio discográfico nacional.

O galardão vai ser entregue em directo na próxima emissão da Operação Triunfo, neste sábado, onde Jorge Palma irá interpretar o tema "Encosta-te a Mim" com dois participantes do concurso.

terça-feira, outubro 23, 2007

Jorge Palma no Coliseu dos Recreios e Coliseu do Porto



20 de Novembro- Lisboa:

CAD. ORQUESTRA, 35,00 € 1ª PLATEIA, 32,50 € 2ª PLATEIA, 30,00 € CAM 1ª CENTRAL 27,50 € CAM 1ª LATERAL 22,50 CAM 2ª CENTRAL, 22,50 € CAM 2ª LAT , 20,00 € BALCÃO S/ MARCAÇÃO 25,00 GALERIA EM PÉ, 17,50






22 de Novembro- Porto:

CAD. ORQUESTRA, 30,00 € 1ª PLATEIA, 27,50 € 2ª PLATEIA, 25,00 € TRIBUNAS, 25,00 € CAM 1ª, 22,50 € FRISAS, 20,00€ BALCÃO POPULAR, 20,00 € GALERIA, 17,50 GERAL, 15,00 € CAM 2ª 15,00 €

quinta-feira, outubro 18, 2007

Jorge Palma na Covilhã

Concerto no próximo dia 3 de Novembro integrado na Semana de Recepção ao Caloiro, contando com a presença habitual d' Os Demitidos.

sábado, outubro 13, 2007

Concerto de Jorge Palma em Bragança



Passados 5 anos, Jorge Palma volta a Bragança para um concerto integrado na Semana de Recepção ao Caloiro da Escola Superior Agrária no próximo dia 10 de Novembro.

Uma boa oportunidade para os transmontanos e todos que se quiserem deslocar até lá reverem Jorge Palma depois do brilhante concerto em Julho de 2005 no auditório exterior do Teatro Municial de Vila Real.

terça-feira, outubro 09, 2007

Jorge Palma em Coruche

Complementando a informação anteriormente dada, relembramos que o concerto de Jorge Palma irá ter lugar no próximo dia 13, pelas 22h30m ao ar livre na Praça da República, integrado na Bienal de Artes, Gastronomia e Livros.
Entrada Livre.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Coliseu enche para ver Mafalda Veiga e João Pedro Pais- Jorge Palma deu brilho à noite


Lado a lado perante milhares de pessoas. Foi desta forma que o duo Mafalda Veiga e João Pedro Pais se apresentou no Coliseu dos Recreios para escrever uma bonita página no seu projecto conjunto, o disco «Lado a Lado», editado este ano.
Rodeados de «amigos», no palco e não só, esta foi uma noite especial para os cantores portugueses. Luis Represas, com quem João Pedro Pais já partilhou o palco algumas vezes, foi um dos amigos que fez questão de estar presente.
Pouco passava das 22 horas quando os artistas entraram em palco perante um Coliseu dos Recreios completamente lotado.
«O Dia Mais Longo» foi o tema com que o duo abriu o espectáculo, num registo vocal cúmplice.
Seguiu-se «Ninguém é de Niguém», um original de João Pedro Pais, «Por outras Palavras», «Lembra-te de Mim» e «Cada Lugar Teu», o primeiro grande momento da noite.
O tema de Mafalda Veiga, aqui interpretado pelos dois cantores, «puxou» pelas milhares de gargantas, que entoaram cada verso da canção de uma forma espontânea e dedicada. O público, na sua maioria do sexo feminino, aproveitou a belíssima noite e foi parte integrante no espectáculo.
A noite não era, definitivamente, apenas de João Pedro Pais e Mafalda Veiga. Estava também reservada aos amigos do duo. Zé Mário Branco foi a dizer «presente» e a entrar em palco. O cantautor português que já colaborou, entre outros, com José Afonso e Sérgio Godinho, interpretou o seu tema original «Aqui Dentro de Casa», que faz parte do alinhamento de «Lado a Lado», e ainda o tema «Do que um Homem é Capaz».
Depois Mafalda Veiga ficou lado a lado com António Pinto, com quem interpretou «Uma noite para Comemorar» e «Cúmplices», permitindo a João Pedro Pais ter uma breve pausa para recuperar o fôlego.
De seguida os papéis inverteram-se e o cantor ficou só em palco para interpretar três canções do seu reportório pessoal. «Do Outro lado do Mundo», «Um Resto de Tudo e «Mentira», o segundo grande momento da noite.
A escuridão foi invadida pelo brilho dos telemóveis, sinal dos novos tempos, a substituir os tradicionais isqueiros, que outrora tinham mais expressão como recurso habitual devido ao seu efeito visual.
João Pedro Pais disse que quando escreveu «Mentira» ainda deveria ser um pouco ingénuo, mas foram poucos os presentes que não se entusiasmaram com este «ingenuidade» do cantor português.
Pese embora alguns contratempos técnicos no som, pormenores mínimos, a produção do espectáculo esteve irrepreensível, a quem João Pedro Pais e Mafalda Veiga não deixaram de dar uma palavra de reconhecimento. Detaque para as seis telas montadas no palco, por detrás dos artistas, que ajudaram ao espectáculo cénico que variava de acordo com as letras das músicas tocadas no momento.
Fausto foi outro dos compositores de luxo convidados pelo duo para abrilhantar a noite e cumpriu o seu papel na perfeição. «Foi por ela» e «Lembra-me um Sonho Lindo» foram os temas que fluiram da junção das três belíssimas vozes de Mafalda Veiga, João Pedro Pais e Fausto.
O irmão mais velho: Jorge Palma

Quem assistira ao concerto de Jorge Palma no metro do Cais do Sodré percebera a cumplicidade com João Pedro Pais, a quem dedicou o concerto na altura. O autor de «Louco por Ti» retribuiu o gesto e «convocou» o irmão mais «velho» para ir ao Coliseu. Palma não se fez rogado e interpretou «Encosta-te a Mim», o seu grande sucesso do momento, para delírio e surpresa das milhares de pessoas presentes. O abraço dos artistas no final da canção perante uma estrondosa ovação mostrou que a música nacional está bem e recomenda-se.
Com todos os artistas em palco, a despedida foi feita perante uma chuva de aplausos. E no ar ecoaram as palavras finais de João Pedro Pais: «Não dizemos adeus, dizemos até sempre».
E o até sempre é, neste caso, até amanhã. A dupla volta a actuar esta quinta-feira, dia 4 de Outubro, no Coliseu dos Recreios, depois de também já ter passado, no dia 29 de Setembro, pelo Coliseu do Porto.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Agenda de concertos de Jorge Palma (novas datas)

13 de Outubro- auditório ao ar livre em Coruche, concerto a solo
17 de Novembro- Pavilhão Municipal de Guimarães, com Os Demitidos
23 de Novembro- Auditório S. Bento Menni em Barcelos, concerto a solo
12 de Janeiro- Casino da Figueira da Foz, com Os Demitidos

Relativamente ás datas já anunciadas para os Coliseus de Lisboa e Porto, acrescentamos que estes concertos além da participação de Vicente Palma e Os Demitidos, contará com um leque de convidados a anunciar, sendo previsível a presença de Flak, Pedro Vidal (Blind Zero), Pedro Sotiry e Gabriel Gomes (Madredeus).
* esta actualização não dispensa a consulta da agenda colocada ao lado por já constarem datas anunciadas e/ou alteradas anteriormente.

terça-feira, outubro 02, 2007

Mafalda Veiga e João Pedro Pais convidam Jorge Palma

A acrescentar aos nomes de José Mário Branco e Fausto junta-se agora Jorge Palma ao participar nos concertos de dia 3 e 4 de Outubro no Coliseu de Lisboa onde apresentam o seu disco "Lado a lado".
Os espectáculos no Coliseu dos Recreios estão marcados para as 22h00 e os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais, com os preços variando entre os 17,50 e os 40 euros.

quarta-feira, setembro 26, 2007

Jorge Palma no Casino Estoril

Jorge Palma vai estar presente na 3ª Gala de Prémios Fundação Luso-Brasileira, que se irá realizar no dia 2 de Outubro, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril. Trata-se espectáculo com duplas inéditas de Jorge Palma e Fernanda Abreu, , Camané e Mônica Salmaso, Sérgio Godinho e Francis Hime.

segunda-feira, setembro 24, 2007

Carlos Tavares interpreta Jorge Palma

Nas últimas 3ªs feiras de cada mês o Teatro Maria Matos organiza serões com "cantores improvaveis" sendo na próxima 3ª feira, dia 25 o convidado, ex-ministro da Economia, no mm Café, pelas 22horas, interpretando temas de Jorge Palma (entre outros).
Entrada livre.


Nanda

quinta-feira, setembro 20, 2007

Jorge Palma nos Coliseus

Ainda sem grandes pormenores, o Blogue Palmaníaco adianta em primeiríssima mão as seguintes datas:

20 de Novembro- Coliseu de Lisboa
22 de Novembro- Coliseu do Porto

Aguardamos novos desenvolvimentos!

Jorge Palma no Metro

Aqui vai um alinhamento, desta vez ordenado:

- Tempo dos Assassinos
- Dormia tão sossesaga
- Voo Nocturno
- Só
- Vermelho Redundante
- Norte
- Disse Fêmea
- Frágil
- Dá-me Lume
- Encosta-te a mim
- Cara de anjo mau
- Rosa Branca
- Portugal, Portugal

- Finalmente a Sós
- A gente vai continuar

As primeiras duas fotos são da autoria de André Sebastião.











A Rosa Branca..




"Mais de 500 pessoas pararam na estação de metro do Cais do Sodré, em Lisboa, para ouvir Jorge Palma, trinta anos depois de o músico ter vagueado por palcos idênticos na Europa.
Na véspera de apresentação do álbum "Voo Nocturno", em Sintra, Jorge Palma actuou hoje naquela estação de metro no âmbito da Semana da Mobilidade.
Quem esperava ver Jorge Palma acompanhado apenas de uma guitarra acústica, encontrou-o no meio d´Os Demitidos, os músicos que o têm acompanhado ao vivo e com quem gravou o último álbum.
O concerto apanhou muitos utentes do metro desprevenidos, a avaliar pelas caras de surpresa e pela quantidade de máquinas fotográficas e telemóveis à procura da melhor imagem.
A escadaria central da estação repartia-se entre os que se assistiam ao concerto sentados nos degraus e os que chegavam e partiam para os diferentes destinos.
O concerto, que começou cerca das 17:30, coincidiu com o horário de maior movimento na estação de metro, provocando alguns congestionamentos.
Ao longo de uma hora, Jorge Palma apresentou temas de "Voo Nocturno", entre os quais o single "Encosta-te a mim", intercalados com algumas das suas canções mais conhecidas, como "Dá-me Lume", "Portugal, Portugal", "Só" e "Frágil", numa toada funk.
No final do concerto, Jorge Palma admitiu à agência Lusa que não esperava tanta gente.
"Fiquei altamente surpreendido e isto acabou por ser um concerto a sério", disse, recordando que a actuação de hoje está muito longe dos tempos em que tocou sozinho, apenas à guitarra, em metros e esplanadas de Paris, em finais dos anos setenta.
"Eram tempos de um descomprometimento total, não tinha de estar preocupado com nada e não sabia se no dia seguinte acordava com dinheiro", recordou o autor de "O bairro do amor".
A actuação de hoje foi também uma espécie de aquecimento para o concerto que Jorge Palma e Os Demitidos dão sexta-feira no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, para apresentar ao vivo o álbum "Voo Nocturno", editado em Junho.
Com Palma e Os Demitidos estarão ainda em palco os músicos Gabriel Gomes, Pedro Vidal, Pedro Sotiri e Vicente Palma, filho do músico."

In http://www.rtp.pt/ (fonte- Agência Lusa)

quarta-feira, setembro 19, 2007

Entrevista na RFM

Na próxima sexta-feira a iniciar o dia do concerto oficial de apresentação do álbum Voo Nocturno, no Centro Cultural Olga Cadaval em Sintra, Jorge Palma estará no programa Café da Manhã na RFM, a partir das 8h30. Informação completa aqui.
Obrigado André, pela informação.

terça-feira, setembro 18, 2007

Jorge e Vicente no Porto Sounds

Para quem não assistiu ao emocionante momento que foi ver Vicente Palma sentado ao piano, a tocar com o seu pai, aqui fica um pequeno registo. As seguintes fotografias foram captadas e gentilmente cedidas por João Sobral, no passado dia 14 no festival "Porto Sounds". Não há muito mais a dizer, uma imagem vale por mil palavras...

Reportagem completa em http://acisum.blogs.sapo.pt/